Svitlana Hunko afirma que é 'uma questão de tempo' até as tropas russas chegarem a sua cidade; veja entrevista exclusiva ao R7 .
Para a ucraniana Svitlana Hunko, de 21 anos, a chegada das tropas
russas em Dnipro é "uma questão de tempo". A
estudante universitária conta a atual situação de sua terra natal e diz se
sentir protegida pelo Exército ucraniano. Apesar de já ter sido atingido por
mísseis, ela considera que o local onde mora ainda está relativamente seguro.
"Na minha cidade agora está muito quieto. Nós estamos muito felizes,
porque as tropas russas não chegaram aqui ainda", disse.Em entrevista
exclusiva ao R7, Svitlana comenta como a guerra
mudou seu ponto de vista. "Primeiro de tudo, eu entendi que amo meu país e
não poderia imaginar quanto eu amo nossa cultura, literatura e história",
afirmou. Svitlana ainda fala sobre a situação das outras cidades atacadas,
como Kiev e Mariupol, e o sentimento de culpa que traz pensar em deixar Dnipro.
Ela chama de "síndrome ucraniana", "quando você tem alguma culpa
de sair para outro país. Porque tem as cidades ocupadas e pensar em sair é ter
alguma culpa", comentou.Quando questionada sobre os impactos da guerra no
cotidiano, Svitlana diz que sua vida não mudou tanto. “Eu não perdi minha casa,
meu apartamento. Não perdi ninguém da minha família nem meus amigos.” À medida
que as tropas russas avançam, mais pessoas deixam a Ucrânia. De acordo com a
Acnur (agência da ONU para refugiados), mais de 3 milhões de pessoas já
deixaram a Ucrânia desde o fim de fevereiro. "Tenho uma amiga, que agora
está vivendo em outra região, mas quando ela saiu da sua casa, no dia seguinte
sua casa estava destruída", disse Svitlana. Ainda de acordo
com a ucraniana, as sirenes viraram rotina no seu cotidiano. "Elas tocam
várias vezes. Alguns já estão acostumados, então, vamos para o corredor e
sentamos por uma ou duas horas. Esta noite, as sirenes tocaram duas vezes e uma
delas tocou por uma hora".A estudante chega a contar que um de seus
familiares presenciou a explosão de um míssil. "Meu pai estava passeando
com nosso cachorro e ele viu a explosão no céu, aconteceu em cima da sua
cabeça. Mas eu acho que não era um míssil russo, acho que foi algum alarme
falso".( Fonte R 7 Noticias Brasil) *Estagiária
sob supervisão de Fausto Carneiro