Sérvia homenageia Nobel da
Literatura que nega genocídio de Srebrenica.
Peter Handke defende que o massacre
de Srebrenica, em 1995, é retratado injustamente pela imprensa ocidental.
O
presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic,
entregou uma das maiores honrarias do país ao escritor austríaco Peter Handke.
O vencedor do Nobel da Literatura em 2019, que nega o genocídio em
Srebrenica, recebeu uma condecoração por sua “luta intransigente
pela verdade”, registrou a RFE (Radio
Free Europe). Em julho de 1995, mais de 8 mil homens e meninos muçulmanos
bósnios foram presos e mortos pelas forças sérvias no país. O caso é
classificado como o pior assassinato em
massa na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Tribunais internacionais
rotularam o massacre como genocídio,
mas as autoridades da Sérvia e da Bósnia se recusam a aceitar a designação.
Handke defende que a imprensa ocidental retrata os sérvios injustamente como os
únicos agressores do conflito. Ao entregar o prêmio, Vucic afirmou que mostrava
“sua gratidão ao acadêmico e amigo Handke”. “Agradeço por tudo o que você faz
por nosso país, por nossa Sérvia e lamento que alguns sérvios nem sempre foram
capazes de mostrar gratidão suficiente por tudo o que você fez por nós”, disse.Handke
já foi declarado cidadão honorário de Belgrado em 2015. Dias antes da
condecoração sérvia, autoridades da Republika Srpska, a entidade sérvia
da Bósnia, o homenagearam como uma honraria na Bósnia-Herzegovina.A
recepção não foi a mesma em Sarajevo,
capital bósnia, onde a população recebeu a visita de Handke com rejeição e
consternação. A mídia local se referiu a ele como um “negador do genocídio”.
Muitos nos Bálcãs veem o escritor como um apologista dos crimes de guerra
sérvios durante a guerra na sequência ao colapso da Iugoslávia, nos anos 1990.Pela
defesa sérvia, a escolha de Handke para o Nobel de Literatura, em 2019, foi
controversa. Bósnia, Albânia, Croácia, Macedônia do
Norte, Kosovo e Turquia boicotaram a cerimônia de entrega, na
Suécia, onde houve protesto.Massacre de SrebrenicaEm
1995, a cidade de Srebrenica, no leste da atual Bósnia e Herzegovina, era tida
como uma “zona segura”. A missão Uniprofor,
instaurada em 1992, dava garantias de segurança do local durante a guerra
civil, que começou depois da dissolução da antiga
Iugoslávia.No mês de junho, soldados sérvios-bósnios, liderados por
Ratko Mladic, tomaram a cidade e mataram os muçulmanos em nome de uma “limpeza étnica“.
Junto dos líderes sérvios Radovan Karadzic e Slobodan Milosevic o objetivo era
formar uma “Grande Sérvia” em partes da ex-Iugoslávia.O massacre é considerado
até hoje como um marco negativo na
história da ONU, que mudou parte da estrutura das missões de paz.( Fonte A
Referencia Noticias Internacional)