ONU: Pandemia pode levar mais de 10 milhões de
meninas a casar cedo.
Brasil é um dos cinco países com
maior índice de casamentos precoces no mundo, diz relatório da Unicef.
Mais 10
milhões de meninas correm o risco de entrar em um casamento precoce devido à pandemia. O risco é de se
regredir após se terem evitado 25 milhões de casamentos infantis no mundo na
última década, apontou o Unicef (Fundo da ONU para a Infância). Um novo
estudo destaca que 650 milhões de meninas e mulheres já foram vítimas desta
prática. O Brasil está entre os
cinco países onde ocorreu quase metade dos casamentos precoces. Em seguida vem Bangladesh, Etiópia, Índia
e Nigéria. Moçambique é
a outra nação de língua portuguesa citada no estudo. O país promove ações em
favor da aprendizagem das crianças, mesmo com escolas fechadas, e um retorno
seguro na reabertura. Para a agência, tais medidas devem vir com a contratação de
professores e distribuição de materiais. O estudo destaca que medidas como
encerramento de escolas, limitações
econômicas e morte dos pais por Covid-19 deixaram as meninas
mais expostas ao risco de casar cedo. Antes
da pandemia, 100 milhões de meninas já estavam em risco de casar precocemente
na próxima década. Nos últimos 10 anos, a proporção de meninas casadas antes
dos 18 anos caiu 15%, um aumento de uma em cada cinco em relação ao período
anterior.
Para a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, a
pandemia piorou uma situação que já era difícil para milhões de meninas. O
fechamento de escolas e a falta de redes de apoio são fatores que, associados àpobreza, agravaram um problema de anos. Violência A chefe
do Unicef realça que não somente é possível como é um dever acabar com o casamento
infantil. Com a prática, as meninas ficam mais expostas à
violência doméstica e têm menor probabilidade de continuar na escola. O risco
de gravidez precoce também é maior, levando à mortalidade
materna. Entre as consequências estão separação das suas famílias, dos
amigos e impedimento de participação ativa nas suas comunidades. Esta situação
tem graves consequências para a saúde mental e
bem-estar do grupo. Com as restrições à circulação e o distanciamento físico ficou
difícil ter acesso aos cuidados de saúde que poderiam proteger do casamento
precoce, da gravidez indesejada e da violência de
gênero. O Unicef realça que o fechamento das
escolas aumenta também a probabilidade de abandono escolar
definitivo. O desemprego e o aumento da insegurança econômica podem levar
famílias a dar as filhas em casamento para aliviar o encargo
financeiro. A agência chama a atenção para a urgência de evitar a
regressão para reverter os efeitos da pandemia e acabar com a prática até 2030,
como preveem os ODS (Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável). Para a chefe do Unicef, com a
reabertura de escolas, leis e políticas eficazes serão necessárias
para garantir o acesso a serviços de saúde e sociais, incluindo de saúde sexual e
reprodutiva. ( Fonte A Referencia Noticias Internacional)