Proposta em análise na Câmara reduz a idade mínima para a aposentadoria de trabalhadores expostos a substâncias prejudiciais à saúde.
Participantes de
debate na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e
Família da Câmara dos Deputados se dividiram nesta terça-feira (19) sobre
a regulamentação da aposentadoria de trabalhadores expostos a agentes nocivos à
saúde. Para a representante das empresas, a nova lei não pode ser taxativa
sobre os profissionais aptos a um processo simplificado de aposentadoria; já
para os sindicalistas, é necessário especificar quais categorias podem ser
incluídas como beneficiárias. Com o objetivo de regulamentar o artigo da
Constituição Federal que trata da aposentadoria especial, tramita na Casa o Projeto
de Lei Complementar 42/23 que reduz a idade mínima prevista na reforma da
Previdência (EC 103) para a concessão de aposentadoria especial a trabalhadores
em efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à
saúde. A advogada da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina,
Jomara Cadó Bessa, é favorável à regulamentação da aposentadoria especial, mas
enfatizou que a nova lei deve ser compatível com a Constituição. “A
Constituição não traz a atividade perigosa e, no momento em que ela fala da
concessão de critérios diferenciados exclusivamente nessas duas hipóteses
(deficiência e agentes nocivos à saúde), eu não posso ampliar o que está
descrito”, explicou. "Não tem como trazer uma lei que me cite
profissões, categorias ou atividades perigosas e de risco imediato",
completou Bessa. Ela observou que 94% das aposentadorias especiais hoje são
concedidas pelo judiciário e reforçou que é preciso aprovar uma lei clara sobre
o tema para evitar a judicialização. A deputada Erika Kokay (PT-DF), que
solicitou o debate, defendeu as aposentadorias em condições especiais para
segmentos de profissionais que enfrentem desgastes físicos e mentais. "É
preciso ter um olhar em como as pessoas exercem sua atividade laboral. A função
por si só deve provocar desgaste em qualquer situação", frisou a
parlamentar ao apoiar a aprovação do PLP 42/23. Categorias
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