Desde maio, Goiás enfrenta um surto de gastroenterite que já soma cerca de 3 mil casos registrados em todo o estado, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. O aumento expressivo nos casos tem gerado apreensão entre os pais, que frequentemente confundem os sintomas da gastroenterite com os da meningite, uma doença que também preocupa devido a recentes surtos em Anápolis e região. A pediatra Carolina Melo Piloni oferece orientações sobre como identificar e prevenir essas enfermidades.
Com
sintomas iniciais semelhantes, como febre e vômito, a gastroenterite e a
meningite têm levado muitos pais a procurar consultórios e pronto-socorros
pediátricos, temendo o pior. Porém, é crucial compreender as diferenças entre
as duas condições e a importância de vacinar as crianças contra a meningite
para evitar complicações graves. Leia também: Ainda no inverno e com surtos de virose, confira 5
motivos para tomar a vacina contra a gripe Gastroenterite
Desde o
início de maio, Goiás tem enfrentado um aumento significativo nos casos de
gastroenterite, uma inflamação do trato gastrointestinal que provoca sintomas
como diarreia, vômito e dor abdominal. Segundo dados da Secretaria Estadual de
Saúde, cerca de 3 mil casos já foram reportados pelos serviços municipais de
saúde em todo o estado. O surto preocupa, principalmente devido à sua alta
transmissibilidade em ambientes como escolas e creches. “A gastroenterite é uma
doença comum, especialmente entre crianças, mas o atual surto está assustando
muitas famílias, pois os sintomas iniciais podem ser facilmente confundidos com
os da meningite, que é uma condição muito mais grave”, explica a pediatra
Carolina Piloni, que atende em Anápolis, uma das cidades mais afetadas pelos
recentes surtos de meningite. A semelhança nos sintomas entre a gastroenterite
e a meningite tem sido uma das principais razões para o aumento nas visitas aos
consultórios e pronto-socorros pediátricos. “Os pais ficam naturalmente
alarmados quando seus filhos apresentam febre alta e vômitos, que são sintomas
comuns a ambas as doenças. Isso é especialmente verdadeiro em Anápolis, onde
tivemos alguns casos fatais de meningite recentemente”, relata a Dra. Carolina.
Enquanto a gastroenterite geralmente se resolve com cuidados básicos e
hidratação adequada, a meningite, especialmente a bacteriana, pode evoluir
rapidamente e levar a complicações graves, incluindo a morte. “É fundamental
que os pais fiquem atentos a outros sintomas que podem indicar meningite, como
rigidez no pescoço, fotofobia (sensibilidade à luz), e manchas vermelhas na
pele, que não desaparecem ao pressioná-las”, orienta a médica. Vacinação Diante do medo
gerado pelos surtos de meningite, Carolina Piloni reforça a importância da
vacinação como principal medida de prevenção. “A vacinação contra a meningite é
essencial para proteger as crianças, especialmente contra os tipos mais graves
da doença, como a meningite bacteriana. No Sistema Único de Saúde (SUS), temos
vacinas disponíveis para grupos de risco, mas é importante verificar se o
calendário vacinal das crianças está em dia, incluindo vacinas como a Meningo B
e a ACWY, que podem ser adquiridas em clínicas particulares”, explica. Além
disso, a médica destaca que adultos também podem se vacinar contra a meningite,
especialmente aqueles que convivem com crianças ou pertencem a grupos de risco.
“A vacina Meningo B é relativamente nova e está disponível apenas em clínicas
particulares, mas pode ser uma medida preventiva importante para adultos que
desejam se proteger”, acrescenta. Avaliação Embora a vacinação
seja uma ferramenta poderosa na prevenção da meningite, a Dra. Carolina
enfatiza a importância de uma avaliação médica adequada para o diagnóstico
correto, especialmente quando há suspeita de meningite. “Quando a criança
apresenta sintomas preocupantes, como febre alta e vômito persistente, é
crucial que os pais busquem atendimento médico imediato. O diagnóstico da
meningite, particularmente da bacteriana, pode exigir exames específicos, como
a punção lombar para análise do líquor, que é o padrão-ouro para confirmar a
doença”, esclarece. Ela ressalta, no entanto, que a realização desse exame deve
ser criteriosa e feita apenas quando absolutamente necessário, devido ao seu
caráter invasivo. “Nem toda criança com febre e vômito precisará passar por uma
punção lombar. Por isso, a avaliação clínica detalhada e a experiência do
médico são fundamentais para decidir os próximos passos no diagnóstico e
tratamento”, afirma.( Fonte Jornal Contexto Noticias GO)
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