Qualquer elevação da Selic em mais de 1 ponto percentual
será a maior desde a alta de 3 pontos percentuais do juros ao fim de 2002.
As recentes movimentações econômicas e
a chance de o governo furar o teto de
gastos para pagar o Auxílio Brasil, programa idealizado
para substituir o Bolsa Família, fizeram o mercado
financeiro revisar suas apostas e prever a maior alta da taxa básica de juros
desde 2002.Na avaliação das instituições financeiras, o pagamento do novo benefício no valor de
R$ 400 vai estimular a inflação e exigir um aumento
dos juros em ao menos 1,25 ponto percentual na próxima quarta-feira (27), o que
elevaria a Selic ao patamar de 7,5% ao ano. Desde o início do século, a Selic
só subiu mais de 1 ponto percentual em duas oportunidades: em junho de 2001 (de
16,75% ao ano para 18,25% ao ano) e em dezembro de 2002 (de 22% ao ano para 25%
ao ano).A alta de 1,25 ponto percentual da taxa básica de juros se tornou a
aposta dos bancos Credit Suisse, JPMorgan e Morgan Stanley. O UBS BB foi mais
arrojado e passou a prever que a Selic deve avançar 1,5 ponto percentual, a
7,75% ao ano. "Embora a decisão final [a respeito do teto de gastos] ainda
esteja para ser vista, em nossa opinião ambas as soluções representam uma
mudança no quadro fiscal do Brasil e uma piora dos fundamentos e vão exigir
ação mais assertiva da política monetária para ancorar expectativas de inflação
e reduzir o atual patamar de inflação para o centro da meta", destaca o
Credit Suisse. A alternativa pela elevação da taxa de juros é o
instrumento de política monetária mais utilizado para conter a inflação. Isso
acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição
das famílias para consumir e estimulam outras formas de investimento.Somente em
setembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 1,16% e registrou a maior alta
para o mês dos últimos 27 anos. No acumulado dos últimos 12
meses, a variação dos preços superou os 10%.O veredito a respeito do futuro da
Selic será dado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima
quarta-feira (27), após o fechamento do mercado financeiro. A eventual decisão
pela variação recorde ocorreria após cinco avanços consecutivos dos juros, que levaram a Selic ao atual patamar de
6,25% ao ano.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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