Opositor de Putin é preso na
Rússia acusado de não pagar dívidas.
Detenção é novo golpe do governo
russo à oposição do país no período que antecede a eleição parlamentar de
setembro.
O
proeminente político da oposição russa Dmitry Gudkov foi detido nesta terça (1)
sob suspeita de não pagar dívidas de um contrato de arrendamento entre 2015 e
2017, registrou a agência estatal Tass. A acusação pode
fazer com que o opositor ao
Kremlin fique preso por até cinco anos, caso o tribunal o
julgue culpado. Gudkov relatou no Telegram que
a polícia revistou a casa onde estava, na área rural de Moscou, em busca de
documentos pessoais dele e de seus assessores. O pai do político, Gennady,
afirmou que a polícia invadiu a casa e desconectou todos os telefones. “Eles
também invadiram o escritório em Koroma, a 100 quilômetros de Moscou”, disse ao
jornal russo “The Moscou
Times”. A detenção foi classificada como o novo golpe de Vladimir Putin à
oposição do país antes da eleição parlamentar agendada para 19 de setembro. O
caso mais emblemático é o de Alexei Navalny,
preso desde janeiro e impedido de concorrer no pleito. “Não sei a razão formal
para isso, mas a motivação é clara”, escreveu Gudkov no Telegram em referência
à perseguição política. Os policiais também teriam revistado o apartamento de
seu ex-assistente Alexander Solovyov e do chefe de gabinete Vitaly Venidiktov,
registrou a Reuters.
Gudkov era parlamentar na Câmara Baixa, mas perdeu o mandato ao ser expulso do
partido Just Russia, em 2013, após ajudar a organizar protestos contrários ao
governo. Mais tarde, o político se uniu à oposição liberal russa e engrossou a
oposição a Putin. Open
Russia Outra tentativa de excluir a oposição das
eleições de setembro foi a prisão do ativista de oposição Andrei Pivovarov,
diretor do grupo Open Russia.
O homem está sob custódia desde que policiais o retiraram de um avião prestes a
decolar do aeroporto de Pulkovo, em São Petesburgo, em direção a Varsóvia, na
segunda (31). Um dia depois, a polícia russa invadiu o apartamento de Pivovarov
e apreendeu documentos e publicações. Moscou incluiu o Open Russia, com sede em
Londres, na lista de “indesejáveis” ainda em 2017. Desde então, o grupo está proibido
de realizar qualquer atividade no país. Um de seus líderes, o magnata russo Mikhail
Khodorkovsky – preso por uma década por desafiar Putin –
classificou a prisão de Pivovarov como o último movimento contra ativistas de
oposição. Ao mesmo tempo, porém, reflete a preocupação das autoridades com a
queda na popularidade do partido governante Rússia Unida.
“A próxima eleição é uma performance teatral, na qual qualquer candidato com o
qual o governo não esteja satisfeito simplesmente não terá permissão para
concorrer”, afirmou em entrevista à Associated Press.
Putin vê o pleito como essencial para consolidar seu governo antes das eleições
presidenciais de 2024, apontou. Moscou já proibiu mais de 30 grupos de ativismo
civil sob a lei que criminaliza as chamadas “organizações indesejáveis”. O
parlamento russo deve votar ainda neste ano outro projeto de lei que aumenta a
punição a membros desses grupos.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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