Parecer deve ser lido e votado pela comissão, e a há chance de a proposta ir ao plenário da Casa também nesta quarta-feira.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado analisa o relatório
da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma
tributária nesta quarta-feira (23). A previsão é de que o
colegiado vote o parecer do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) logo após a leitura
do documento, exceto se houver pedido de vista. Caso seja aprovado, o texto
segue para o plenário do Senado ainda nesta quarta, conforme promessa
do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).Um dos
trechos do projeto prevê
a adoção do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) dual, com sistema eletrônico de
cobrança. Segundo o relator Roberto Rocha, o intuito da reforma é simplificar a
cobrança de tributos e taxar não o dinheiro, mas produtos e serviços. "Nós
estamos aqui propondo o IVA dual com o sistema eletrônico. Algumas pessoas
confundem com CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão
de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira). Não tem nada a ver
uma coisa com a outra. A gente pode rastrear o produto (como é feito hoje), mas
também rastrear o dinheiro", disse Rocha.Por ser considerado um tema
complexo, o relatório da reforma tributária passou por mudanças após debates
com representantes de estados e municípios. Segundo o presidente da CCJ do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), mais de 20 emendas foram apresentadas ao parecer
desde o ano passado. "E há senadores, com legitimidade do mandato e
regimentalmente amparados, encaminhando documentos para, quando do debate da
matéria, fazer solicitação de vista."As alterações fora feitas com o
intuito de atender aos interesses dos entes, que manifestaram resistência a
alguns pontos do projeto. Mesmo expressando apoio à proposta, a CNM
(Confederação Nacional dos Municípios) fez críticas ao IVA dual, considerada
fora do ideal pelos municípios. Nesse modelo, o governo federal unifica dois
impostos (PIS e Cofins) e os municípios, estados e o Distrito Federal unificam
o ICMS e o ISS. A PEC 110 (reforma tributária) foi elaborada em 2019 e está parada
no Senado desde o fim de 2020. No ano passado, Pacheco sinalizou que trataria a reforma
como prioridade e que deveria aprovar a PEC até o fim de
2022, mesmo sendo ano eleitoral. Isso foi reafirmado na abertura
do ano legislativo, em 2 de fevereiro.“Precisamos promover a
simplificação do sistema de arrecadação. Temos o compromisso de avançar nas
propostas que já estão em discussão, como é o caso especial da PEC 110. Este
pleito é do setor produtivo, dos contribuintes, dos entes subnacionais. Sabemos
da complexidade do tema, mas entendemos que o crescimento de nosso país depende
disso, sendo uma prioridade do Congresso Nacional para