A deputada governista
disse que teve a defesa cerceada e reiterou que participará das manifestações
em 7 de setembro.
Mesmo tendo sido intimada para depor em inquérito que investiga
atos antidemocráticos no 7 de Setembro, a deputada federal Carla Zambelli
(PSL-SP) afirmou à Polícia Federal, neste domingo (5/9), que não deixará de
participar das manifestações marcadas para a data. Ela alegou
"arbitrariedade" do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes ao determinar a oitiva, mas acatou à ordem e prestou
depoimento do Rio de Janeiro."Mais uma arbitrariedade que comete este
ministro, que deveria ser guardião da Constituição", disse a parlamentar,
que considera o inquérito inconstitucional, como afirmou em vídeo enviado com
exclusividade ao R7. Durante a oitiva, Zambelli foi
questionada sobre o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira, chamado de Zé Trovão,
a quem ela disse ter conhecido em uma motociata em Florianópoles e que chegou a
conversar algumas vezes. No âmbito do inquérito, Moraes expediu mandado
de prisão contra o caminhoneiro, que está foragido, e outro mirando o blogueiro
conservador Wellington Macedo, preso ontem. Os dois são suspeitos de incentivar
manifestações violentas e de promover ataques contra a democracia."Jamais
defendi que algum cidadão ofendesse ou praticasse atos hostis contra ministros
ou qualquer pessoa", defendeu-se. Ela também foi indagada sobre as
intenções quanto a tuites sobre críticas ao STF e se tinha o desejo à
destituição de ministros da Suprema Corte. "Eu defendo a necessidade dos
poderes, cada um com sua atribuição. Inclusive que sejam independentes entre
si", completou.Segundo Zambelli, houve cerceamento de defesa, já que ela
não teve acesso aos autos do processo e a oitiva não foi agendada previamente
entre ela e o juíz, ainda que o artigo 221 do Código de Processo Penal garanta
que parlamentares possam "ser inquiridos em local, dia e hora previamente
ajustados entre eles e o juiz". Ela prestou depoimento acompanhada do
advogado e questionou se estaria sendo ouvida na condição de testemunha, o que
foi negado."Não sei se respondo como investigada. Mas ele [delegado] disse
que não é como testemunha. Então provavelmente deve ser como investigada",
disse, completando estar ciente da imunidade parlamentar que a permite
"emitir opiniões sobre atitudes do ministro Alexandre de Moraes".
Afirmou, ainda, que não interpreta as manifestações como atos antidemocráticos.
"Quem defende a liberdade e as balizas constitucionais jamais trataria por
'organização criminosa' ou 'ato antidemocrático' uma reunião da sociedade com
suas famílias e seus representantes para protestar pacificamente contra a
corrupção, ou, cantar o hino e comemorar uma data histórica."Zambelli
defendeu-se sustentando não ter praticado qualquer ato ilícito e que, por esse
motivo, acatou a intimação. Pelo mesmo motivo, a parlamentar reiterou que
participará da manifestações em 7 de setembro, na Avenida Paulista.
"Seguirei o caminho que tem pautado, há mais de uma década, minha ação
cidadã em defesa da Liberdade, da Democracia e da Justiça."( Fonte R 7
Noticias Brasil)