Americano participa de pesquisas da Nasa há 4 anos e aguarda a
confirmação de outros 9 astros que ele mesmo localizou.
O mexicano naturalizado
norte-americano Cesar Rubio, que cresceu em Pomona, cidade na Califórnia, nos
Estados Unidos, tinha apenas 7 anos, a idade de seu filho, quando começou a
observar o céu durante a noite e se interessou pela astronomia. Hoje, aos 37, ele
conta em entrevista ao R7 como ajudou a descobrir dois planetas
situados fora do Sistema Solar, os chamados exoplanetas. Além de contribuir com
a ciência, o feito aumentou ainda mais o interesse do filho em estudar o
espaço. Miguel adora olhar pelo telescópio e garante que Saturno é seu planeta
favorito. O processo para encontrar os dois exoplanetas ocorreu de forma
totalmente remota por meio do programa de ciência cidadã Planet Hunters
(Caçadores de Planetas), da Nasa, a agência espacial norte-americana. Com uma
proposta semelhante ao Caça
Asteroides, a iniciativa tem o objetivo de contar
com a colaboração de pessoas do mundo todo para analisar imagens capturadas por
telescópios e, assim, fazer importates descobertas sobre o universo. A
participação de Rubio no projeto da Nasa teve início há quatro anos, depois que
ele viu uma notícia na internet. Desde então, o cientista voluntário tem
contribuído com as pesquisas espaciais e, no momento, aguarda a validação de
outros nove astros que ele mesmo localizou, possivelmente também novos
planetas. Os dois exoplanetas foram suas primeiras descobertas astronômicas confirmadas.
"Fico muito feliz de ter contribuído com um feito científico, ainda mais
sobre algo tão grandioso", afirma. A
descoberta undefined
Segundo Rubio, todo o trabalho foi concentrado em um site chamado Zooniverse,
por meio do qual são disponibilizados diversos gráficos que mostram o brilho de
diferentes estrelas ao longo do tempo. Junto com outros vários
candidatos — cada um em suas respectivas casas —, ele analisou se havia
uma breve queda no brilho do corpo celeste, o que poderia indicar que um planeta
passou por ele, um evento conhecido como "trânsito". No gráfico
abaixo, cada um dos pontos pretos reflete o brilho da estrela quando os dados
foram registrados. É possível visualizar que, nos pontos indicados como B e C,
há um menor acúmulo de pontos pretos, e consequentemente, de luminosidade. Ambos
os planetas orbitam ao redor da mesma estrela, a HD 152843, localizada a 352
anos-luz de distância. Ela tem a mesma massa que o Sol, mas é quase 1,5 vez
maior e um pouco mais brilhante. Os astros recém-descobertos são maiores do que
a Terra e extremamente quentes devido à proximidade com sua estrela. Enquanto o
planeta C completa uma órbita ao redor de HD 152843 entre 19 e 35 dias, o
planeta B tem um período orbital de apenas 12 dias — por isso, ele aparece duas
vezes no gráfico, explica Rubio. A importante descoberta foi feita em apenas
alguns minutos. Rubio garante que é algo mais simples do que parece, mas
atribui o sucesso à habilidade que desenvolveu nos últimos anos participando do
projeto. "Esta é a grande graça da ciência cidadã. Com um pouco de
prática, todos podem contribuir com grandes descobertas astronômicas e assim,
ajudar a desvendar, ainda que timidamente, os muitos mistérios que intrigam a
humanidade", diz. Reconhecimento A
descoberta foi publicada no início do mês pela Royal Astronomical
Society, em artigo científico que Rubio assinou como
coautor, junto com os outros voluntários. Para ele, o feito é uma grande
conquista, uma vez que esta foi a primeira vez que seu nome apareceu em um
documento dessa natureza. A autora principal foi Nora Eisner, estudante de
doutorado em astrofísica na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ela foi a
responsável por confirmar a descoberta por meio de um método conhecido como
velocidade radial e obter informações mais específicas sobre os planetas. "Nora
não conseguiu um sinal claro o suficiente para decretar a massa dos planetas,
mas obteve uma estimativa: enquanto o planeta B tem cerca de 12 vezes a massa
da Terra, o planeta C é aproximadamente 28 vezes mais maciço que o nosso
planeta. Agora nos resta saber algumas informações mais específicas, tais como
de que maneira foram formados e mudaram ao longo do tempo. Esperamos obter
esses dados em breve", afirma.( Fonte R 7 Noticias Internacional)