ONU: Migração internacional
registra desaceleração de 27% em 2020.
Número de migrantes
internacionais bateu 281 milhões devido à pandemia; EUA é principal destino,
aponta Acnur.
Pandemia de Covid-19 pode
ter sido a causa de uma redução do crescimento da migração
internacional. Até meados do ano passado, a queda era de 2 milhões de pessoas –
27% a menos do que o esperado. Os dados estão no relatório publicado na sexta-feira (15) pela
Desa (Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das
Nações Unidas). Em 2020, a pandemia interrompeu
todas as formas de mobilidade humana por conta do confinamento social e
fechamento de fronteiras. Além disso, as viagens foram
suspensas. O número de migrantes chegou a 281 milhões. Em 2010,
eram 221 milhões. Na década passada foram 173 milhões. A quantidade atual
de migrantes internacionais equivale a 3,6% da população
mundial. Essa população desempenha um papel nas economias especialmente
por causa do envio de remessas
financeiras às famílias na terra natal. “O
relatório mostra como a pandemia impactou os meios de subsistência de
milhões de migrantes e suas famílias e prejudicou o progresso na realização dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse o
subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e
Sociais, Liu Zhenmin. Acolhimento Segundo a
pesquisa, dois terços de todos os migrantes vivem em apenas 20
países. Os Estados Unidos seguem como maior destino. Ao
todo, são 51 milhões de pessoas. Ou seja, quase dois a cada 10 migrantes vive
lá. A Alemanha vem em
segundo lugar, com cerca de 16 milhões. Em seguida está a Arábia Saudita, com 13 milhões; a Rússia, com 12 milhões; e o Reino Unido com 9 milhões. A Índia lidera a lista dos países com as
maiores diásporas no mundo. Em 2020, eram 18 milhões de indianos vivendo
fora. México e Rússia têm milhões, cada, de
cidadãos vivendo fora. China reúne 10 milhões e Síria 8 milhões. As
diásporas contribuem para o desenvolvimento dos seus países através da promoção
do investimento estrangeiro, comércio,
acesso à tecnologia e inclusão financeira. Apesar disso, o Banco Mundial projeta
que a pandemia reduziu o volume de remessas a nações de
baixa e média rendas em cerca de US$ 78 bilhões, uma queda de 14%.
Segundo a pesquisa, estratégias nacionais e cooperação internacional serão
necessárias para mitigar os efeitos dessa perda. Regiões Entre as
principais regiões que abrigam o maior número de migrantes está
a Europa com 87 milhões. A América do Norte abriu as portas
para 59 milhões, e o norte da África e a Ásia Ocidental deram as
boas-vindas a quase 50 milhões. No ano passado, quase metade de todos
os migrantes internacionais residia em sua região de origem. Na Europa, por exemplo, 70% dos
migrantes nasceram em outro país europeu. Na África Subsaariana essa
proporção era de 63%. Por outro lado, a Ásia Central e do
Sul tinha a maior parte de sua diáspora residindo fora da
região, assim como América Latina e Caribe. Quase dois terços de
todos os migrantes internacionais vivem em países de alta renda,
em contraste com apenas 31% em países de renda média e cerca de 4% em
países de baixa renda. Refugiados No ano passado, os países de baixa
e média renda receberam 80% dos refugiados. Esta
população representou cerca de 3% de todos os migrantes
internacionais em países de alta renda, em comparação com 25% nos países
de renda média e 50% em países de baixa renda. Em 2020, os refugiados perfaziam 12% da
migração internacional. Vinte anos antes, em 2000, eram cerca
de 9,5%. Segundo a pesquisa da ONU, isso mostra que os deslocamentos
forçados continuam aumentando mais rapidamente do que a
migração voluntária. Entre 2000 e 2020, o número de pessoas que fugiram de
conflitos, crises, perseguições, violência ou violações dos direitos humanos dobrou
de 17 milhões para 34 milhões. Perfil Quase metade de todos
os cidadãos em migração internacional no mundo eram mulheres ou meninas. Em
2020, o número de mulheres migrantes excedeu ligeiramente
os homens migrantes na Europa, América do Norte e Oceania,
parcialmente devido a uma maior expectativa de vida das mulheres em relação aos
homens. Na África Subsaariana e
na Ásia Ocidental, eles tendem a exceder significativamente o número
de mulheres devido à migração temporária por questões
de trabalho. Migrantes também continuam sendo,
sobretudo, pessoas em idade produtiva. No ano passado, 73% deles
tinham entre 20 e 64 anos, em comparação com 57% da população total. (
Fonte A Referencia Noticias Internacionais)