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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

VIDANEWS - Colômbia: Íngrid Betancourt será pré-candidata à Presidência.

 

Vinte anos após ser sequestrada por guerrilheiros das Farc, a ex-senadora tentará vaga em coalizão para a eleição de maio.

A política franco-colombiana Íngrid Betancourt, que foi sequestrada por seis anos por guerrilheiros na selva, lançou sua pré-candidatura presidencial nesta terça-feira (18), 20 anos depois de ter sido feita refém. Em conferência de imprensa, Betancourt anunciou que vai participar da consulta eleitoral da qual sairá o candidato de uma coligação de forças de centro. "Vou trabalhar incansavelmente a partir deste momento, de sol a sol, para ser presidente", disse a líder do partido Verde Oxígeno (Oxigênio Verde). Se vencer a consulta, que será realizada juntamente com as eleições legislativas de 13 de março, ela disputará o primeiro turno presidencial em 29 de maio. Betancourt, de 60 anos, que se estabeleceu no exterior após seu resgate em uma operação militar, relembrou seu sequestro há 20 anos nas mãos dos rebeldes das extintas Farc, quando fazia campanha para a Presidência. "Hoje estou aqui para terminar o que comecei com muitos de vocês em 2002. Com a convicção de que a Colômbia está pronta para mudar de rumo", disse a candidata. Betancourt se apresentou como uma alternativa centrista para a disputa entre a direita no poder e a esquerda liderada pelo ex-prefeito e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, favorito nas pesquisas. "Durante décadas só tivemos opções ruins: extrema direita, extrema esquerda. Agora é a hora de ter uma opção de centro", disse a candidata. O combate à insegurança e à poluição ambiental foi apresentado como objetivo. "Acredito em um mundo com a visão de uma mulher", acrescentou. Betancourt voltou à vida pública depois de apoiar o processo de paz com os guerrilheiros que a sequestraram em 2002. A política foi levada para o interior da selva e lá ficou refém até 2008, quando o Exército a resgatou junto a outros sequestrados. Indenização milionária Íngrid Betancourt também se referiu à indenização de US$ 36 milhões (cerca de R$ 200 milhões) que as extintas Farc devem pagar ao filho pelos danos causados pelo sequestro da pré-candidata, segundo uma decisão recente da Justiça americana. "Nos acostumamos a pensar que pedir justiça é abusivo e indecente [...]. Venho hoje exigir que seja recompensado cada filho, cada filha, cada pai, cada mãe de todas as famílias vítimas do conflito", declarou. Lawrence Delloye Betancourt apresentou uma ação a um tribunal dos EUA em 28 de junho de 2018 contra 14 membros de alto escalão das Farc. A corte considerou que o filho de Betancourt enfrentou um "sofrimento emocional significativo" como resultado de seu cativeiro prolongado. Em 2010, a pré-candidata também exigiu indenização do Estado colombiano por não garantir sua segurança, mas desistiu diante das críticas. “Me acusaram de ter sido ingrata, oportunista, gananciosa, por ter pedido que fossem reconhecidos os direitos que a lei colombiana havia estabelecido para proteger as vítimas do terrorismo", lamentou durante coletiva de imprensa. A pré-candidata presidencial é uma das vítimas que aguardam "verdade, justiça e reparação" no âmbito das investigações realizadas pelo tribunal de paz formado após o acordo de 2016, que pôs fim a um conflito de mais de meio século com a guerrilha marxista. Aqueles que confessarem seus crimes e repararem os afetados pela guerra poderão evitar a prisão; caso contrário correm o risco de ser condenados a penas de até 20 anos.( Fonte R 7 Noticias Internacional)

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