Revelações contra o arcebispo Marc Ouellet ocorrem poucas semanas após
Papa Francisco visitar o país.
O cardeal canadense Marc
Ouellet, que ocupa um alto cargo no governo do Vaticano, foi acusado de abuso sexual em
uma ação coletiva envolvendo mais de 80 membros da diocese de Quebec, tornada
pública nesta terça-feira (16).O clérigo, atual prefeito da Congregação para os
Bispos, é acusado de ter tocado de maneira inadequada uma estagiária entre 2008
e 2010, enquanto era arcebispo de Quebec, segundo documentos da ação legal,
admitida pelo Tribunal Superior da província em maio deste ano. As revelações
são divulgadas três semanas após uma visita do Papa Francisco ao Canadá,
durante a qual ele se desculpou pelos abusos perpetrados por membros da Igreja
em internatos para indígenas.Procurada pela AFP, a diocese de Quebec
afirmou ter "tomado nota das acusações contra o cardeal Marc Ouellet"
e não querer "fazer absolutamente nenhum comentário sobre o tema".As
acusações estão entre os depoimentos de 101 pessoas "que foram agredidas
sexualmente" por membros do clero e funcionários leigos entre junho de
1940 e os dias atuais, apontam os documentos judiciais. No caso de Marc
Ouellet, uma mulher identificada pela letra "F" afirma ter sido
abusada várias vezes pelo cardeal. Segundo a denúncia, Ouellet supostamente a
"beijou" e "deslizou a mão" por suas costas "até as
nádegas" em 2010. Em fevereiro, durante um importante simpósio no
Vaticano que contou com a presença do Papa Francisco, o cardeal Ouellet fez
alusão ao "drama dos abusos sexuais cometidos por clérigos" e
criticou os "comportamentos criminosos encobertos durante muito tempo para
proteger a instituição"."Estamos todos divididos e humilhados por
essas questões cruciais, que nos desafiam todos os dias como membros da
Igreja", disse o líder religioso na época. Um relatório da ONU não
economizou na linguagem forte ao acusar o Vaticano nesta quarta-feira (5) de
'sistematicamente' adotar políticas que permitiram o abuso sexual contra
menores por membros do clero, incluindo medidas para 'proteger' os religiosos
das consequências de seus crimes. O Comitê da ONU sobre Direitos da
Criança expressou 'consternação' com a recusa da Santa Sé
em reconhecer a extensão dos crimes cometidos, e pediu que o Estado católico abrisse seus arquivos para
revelar os crimes. A chefe do órgão, Kirsten Sandberg (foto), disse que
o Vaticano continua violando a Convenção da ONU para os direitos das crianças
'porque não fez o que precisa ser feito'. — A Santa Sé adotou políticas
e práticas que levaram a abusos contínuos e à impunidade dos agressores. A
Santa Sé, repetidamente, colocou a reputação da igreja e a proteção dos
agressores acima dos interesses das crianças. A maior parte das
acusações de pedofilia na Igreja Católica ocorreu em paróquias da Europa e
América do Norte. Veja a seguir os principais casos ONU critica conduta do Vaticano em casos de pedofilia
( Fonte R 7 Noticias Internacional)