Anistia Internacional devolve
status de ‘prisioneiro de consciência’ a Navalny.
Órgão retirou status de Navalny em
fevereiro depois de classificar comentários do ativista em 2007 como discurso
de ódio.
A
Anistia Internacional decidiu redesignar o político russo Alexei Navalny como
“prisioneiro de consciência”. O órgão de direitos humanos havia encerrado o uso
do termo em assuntos relacionados ao principal opositor ao Kremlin em
fevereiro.Em comunicado,
a organização afirmou que vai voltar a classificar Navalny como “prisioneiro de
consciência”, uma vez que o político não foi preso por nenhum crime. “Ele
apenas exigiu o direito de participação igualitária na vida pública para si e
seus apoiadores”, diz o documento. “Esses são atos de consciência e é preciso
reconhecê-los como tal”.A Anistia Internacional anunciou em fevereiro que
deixaria de se referir ao mais célebre opositor de Vladimir Putin como
um “prisioneiro de consciência”. O motivo seria uma série de comentários de
Navalny defendendo violência e discriminação, vista como endosso a discurso de ódio.
O governo russo, porém, usou a posição do grupo para “violar ainda mais” os
direitos de Navalny, apontou a organização. O órgão também diz ter revisado o
uso da designação, apontou a RFE (Radio
Free Europe). Designação
atualizada A partir do político, a Anistia não
excluirá pessoa apenas com base “na sua conduta no passado”, diz o comunicado.
A organização se refere a comentários
xenófobos feitos por Navalny em vídeos de 2007. À época, o
político comparou o conflito étnico a uma cárie dentária e comparou os
imigrantes às baratas. Ele também defendeu que a península ucraniana da Crimeia “pertence de
fato à Rússia”, apesar da condenação internacional pela anexação unilateral da
região em 2014. “Reconhecemos que as opiniões e o comportamento de um indivíduo
podem evoluir com o tempo”, pontuou o documento. Ao designar alguém com o
status de prisioneiro de consciência, a Anistia Internacional destaca a
necessidade urgente de restaurar seus direitos, incluindo o acesso médico
independente – uma demanda de
Navalny na prisão. O político ficou três semanas em greve de fome para
receber atendimento médico adequado na cadeia, onde está desde 17 de janeiro.
Autoridades o detiveram assim que chegou a Moscou após meses de recuperação na
Alemanha. O ativista foi levado ao país após sofrer uma tentativa de envenenamento
por novichok,
em agosto de 2020.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)