“Foi emitido comunicado para a população não usar a água, nem pra banho”, diz secretário municipal de Meio Ambiente da Cidade de Goiás.
O acidente envolvendo um caminhão
carregado com agrotóxicos na rodovia GO-164, próximo ao Parque da Carioca, na
cidade de Goiás, gerou um alerta urgente para possíveis impactos à saúde humana
e ao meio ambiente. O Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (GWATÁ), da
Universidade Estadual de Goiás (UEG), destacou os riscos de contaminação
iminente do Rio Vermelho, ressaltando que os produtos químicos dispersados no
local são altamente prejudiciais e ainda podem causar danos irreversíveis caso
medidas eficazes não sejam tomadas imediatamente. Entre os produtos estão
substâncias como Mitrion, Sphere Max, Envoke e Fipronil, conhecidos por sua elevada
toxicidade para a vida aquática, insetos polinizadores e, em alguns casos, para
seres humanos. A proximidade do local do acidente ao leito do Rio Vermelho, a
apenas 10 metros, eleva o nível de preocupação entre moradores, ambientalistas
e especialistas. Segundo o GWATÁ, até o momento não há barreiras robustas para
impedir a contaminação da água, e o acesso ao rio e à área do Parque da Carioca
segue liberado, o que representa um risco direto à saúde de quem circula pela
região. Produtos como o Mitrion, com alta persistência no ambiente e efeitos
nocivos sobre organismos aquáticos, e o Fipronil, com impacto no sistema
nervoso humano, despertam alarme. A Secretaria do Meio Ambiente da Cidade de
Goiás informou ter enviado notas de alerta a população sobre o acidente, e,
ao Jornal Opção, o secretário municipal de Meio Ambiente
da Cidade de Goiás, Carlos Augusto Campos, explicou as ações implementadas para
conter os danos. Ele ressaltou que equipes especializadas estão trabalhando na
retirada dos resíduos químicos: “Houve um acidente certo na terça-feira. O
caminhão caiu lá e, na mesma hora, a gente foi para lá para poder avaliar a
situação. Estamos monitorando todos os dias, assim como fazendo coletas e
análise das águas.” Ações emergenciais e dificuldades no controle
O secretário detalhou que os esforços incluem
barreiras de contenção no local, uso de sacos de terra para mitigar os impactos
de possíveis chuvas e o envio contínuo de equipes para monitorar e realizar a
remoção dos agrotóxicos. Ele afirmou que, até o momento, “não houve alteração
na água, o material não atingiu a água, já existe uma equipe especializada no
local desde ontem fazendo a limpeza e a remoção de todo esse material”. Apesar
das iniciativas, o secretário revelou desafios quanto ao fechamento e
isolamento da área. De acordo com ele, a Prefeitura isolou o espaço
inicialmente, mas muitas pessoas removeram as fitas por conta própria. “O
pessoal tira às fitas. Então, assim, a população está ciente do risco que tem.”
Além disso, há receios de que a contaminação atinja o Rio Vermelho caso ocorram
chuvas intensas, já que o acesso ao local do acidente é complicado,
dificultando a instalação de barreiras eficazes. Para conscientizar a
população, a Prefeitura tem utilizado diversos meios de comunicação, como redes
sociais e rádio, para divulgar alertas e orientações. Carlos Augusto enfatizou
que a orientação é evitar o uso da água, mesmo para banho, enquanto as análises
são realizadas. Ele também pontuou que há um funcionário fixo no Clube da
Carioca orientando os frequentadores. “Foi emitido o comunicado para toda a
população pedindo para que não se use a água, nem pra banho, nem pra nada.” Preocupação
com o futuro ambiental do Rio Vermelho
O Rio Vermelho, recentemente reconhecido como
Sujeito de Direitos, tem grande importância ecológica e cultural para a cidade
de Goiás. Contaminações por agrotóxicos podem causar efeitos devastadores em
sua biodiversidade e comprometer a qualidade de vida das comunidades que
dependem dele. Conforme as equipes seguem trabalhando para remover os resíduos
do local, o alerta persiste: os agrotóxicos presentes são extremamente
prejudiciais, e qualquer falha pode acarretar consequências graves e de longo
prazo. Leia também:
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