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terça-feira, 13 de agosto de 2024

CÂMARA DOS DEPUTADOS Farmacêuticos reclamam da falta de piso salarial em Brasília

 

Já os representantes das farmácias temem fechamento caso piso volte a vigorar no DF

A Comissão de Trabalho da Câmara discutiu, nesta segunda-feira (12), a falta de um piso salarial para os farmacêuticos de Brasília desde 2017, quando foi questionada a convenção coletiva que estava em vigor. Os profissionais reclamam de salários inferiores a R$ 1,5 mil em comparação a mais de R$ 5 mil quando havia o acordo com os patrões. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma), Erivan Araújo, disse que as farmácias têm 70% dos preços de medicamentos controlados pelo governo. Ele afirmou que o lucro líquido médio das independentes, que representam mais de 82% do total de farmácias, é de pouco mais de R$ 4 mil por mês, e demonstrou preocupação caso o piso volte a vigorar. “Quando a gente fala de piso salarial, a preocupação nossa é o que vai acontecer com as empresas que estão nessa média. Dentro de uma farmácia, 80% dos que trabalham lá não são farmacêuticos. Então, quando eu fecho essas farmácias, eu estou causando desemprego não apenas para 4 mil farmacêuticos”, afirmou. Mas, de acordo com o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Fábio Basílio, o piso em Goiás é de quase R$ 6 mil e o Piauí, onde o custo de vida é menor que o de Brasília, tem piso superior a R$ 5 mil definido em lei. “Eu, como sindicalista há mais de 20 anos, quando ouço falar que salário vai quebrar a empresa, tenho asco e me causa repulsa. Porque não quebra a empresa. Isso é uma falsidade, isso é uma mentira muito grande. O que quebra empresa é má gestão”, rebateu. Respeito Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), é “injustificável” que não exista um acordo com os trabalhadores há sete anos. Segundo ela, os relatos serão enviados ao Ministério Público do Trabalho. “Uma negociação é sempre fruto das relações de força e, muitas vezes, ela pressupõe disposição e vontade de negociar. Pressupõe respeito”, disse a deputada. A representante do Conselho Federal de Farmácia na reunião, Gilcilene Chaer, disse que alguns farmacêuticos, além de receberem pouco, fazem serviços de limpeza e reposição de produtos. Outros problemas seriam a jornada de trabalho excessiva e horários de descanso não respeitados. Ela apresentou ainda casos de remuneração variável por quantidade de vendas. Durante a audiência, um farmacêutico disse que, por causa dos baixos salários, pediu demissão e começou a trabalhar como motorista de aplicativo. Reportagem – Silvia Mugnatto Edição – Ana Chalub Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

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