Acusado de matar, em 2019, o namorado da filha, o ator Rafael
Miguel e os pais dele, será interrogado pela primeira vez.
Isabela Tibcherani, filha do
empresário Paulo Cupertino, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais
dele em junho de 2019, vai participar da audiência instrução do pai que
ocorrerá nesta segunda-feira (22), às 16h, no Fórum
Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, mas pediu para prestar o
depoimento sem vê-lo. A informação foi confirmada ao R7 pelo
advogado dela, Ricardo Marinho. Segundo ele, Isabela, que era namorada de
Rafael, vai colaborar com a Justiça da melhor forma. "Ela não aguenta mais
essa situação, só quer que acabe logo para seguir sua vida", disse. Nessa
fase do processo, acompanhado de um defensor, Cupertino será interrogado,
precisará explicar o que aconteceu no dia e apresentar sua defesa. À polícia,
ele disse que é inocente. O réu passará hoje por uma audiência de instrução.
Este é o momento em que ele poderá se defender, junto a um advogado e as
testemunhas poderão apresentar, ou não, provas contra ele. O juiz irá decidir
se Cupertino vai a júri popular. O crime Na
época em que o crime ocorreu, Isabela tinha 18 anos, e o namorado dela, o ator
Rafael Miguel, 22. Ele teria ido à casa da jovem após ela ter tido uma crise de
ansiedade por conta de toda a pressão do pai para que ela acabasse com o
namoro. Rafael, junto com os pais, foi à casa da família para poder conversar
com Paulo Cupertino. Chegando lá, eles foram recebidos apenas pela mãe de
Isabela. Cupertino chegou depois, pediu para que saíssem e atirou 13 vezes
contra os três, que não resistiram. Segundo o laudo elaborado pela Polícia
Técnico-Científica de São Paulo, sete tiros atingiram Rafael, sendo um na
cabeça, outro no peito, três nas costas e dois no braço esquerdo. O pai dele
foi baleado quatro vezes, no peito e nos braços e a mãe levou dois tiros, no
peito e no ombro. Após assassinar a família, o homem fugiu e foi encontrado
dois anos e 11 meses depois. Cupertino estava na
lista dos mais
procurados da polícia de São Paulo quando foi
preso em um hotel na zona sul. Ao longo de três anos, investigadores foram a
mais de cem endereços e fizeram buscas até no Paraguai, sem conseguir detê-lo.Após
a prisão, Cupertino foi levado inicialmente a um centro de detenção
provisória e transferido
para a Penitenciária I de Presidente Venceslau.O réu
responde por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem
dar possibilidade de defesa às vítimas.Impacto
na vida de IsabelaNo momento da prisão do pai, Isabela Tibcherani, hoje com 21
anos, publicou um story no Instagram informando que soube da captura de
Cupertino, disse que precisava de espaço e estava "sem condições de
falar". A jovem que, por muitos anos, sentiu culpa pela morte do namorado
e dos sogros pôde, por um momento, ter uma mínima sensação de alívio com a
prisão do pai.Em entrevista ao programa Repórter Record Investigação,
em 2020, Isabela revelou detalhes da infância. "É muito difícil buscar uma
imagem afetiva de pai. Eu tenho muito mais lembranças dele como pessoa
agressiva do que como pai.” Em uma entrevista mais recente, também à Record
TV, após a prisão de Cupertino, ela afirmou que não o considera
mais parte da família. Isabela teve não apenas o lado psicológico abalado, por
presenciar o pai matar o namorado e os pais dele, mas também sua vida pessoal e
profissional afetada. Ela conta que até hoje tem problemas para conseguir
emprego por ser filha de Cupertino e pelo envolvimento no caso. Segundo ela,
nenhuma empresa quer contratar uma pessoa que, apesar de capacitada, "tem
a cara estampada em todos os lugares".Ainda na entrevista, ela
revelou um momento em que o homem chegou a quebrar um prato de vidro em sua
cabeça quando era mais nova, além de controlar as vezes em que podia sair de
casa.Sobre o tempo em que Cupertino ficou foragido, ela disse não ter tido medo
de ele aparecer em casa e, talvez, cometer um outro crime. "Nada me
impressiona mais".A filha de Cupertino disse, ainda, que sente certa
dificuldade em se ver digna e realmente feliz, mas passou por atendimento
psicológico e está tentando, aos poucos, retomar a vida. "O trauma de tudo
que foi visto e vivido, desde aquele dia, é muito mais intenso do que as
pessoas imaginam. São sequelas que vou levar para vida", revelou.Sobre o
julgamento, ela afirmou esperar que a "Justiça seja feita". Durante
esses anos, segundo ela, o sentimento foi de "muita dor, mágoa e
angústia".( Fonte R 7 Noticias Brasil) *Estagiária
sob supervisão de Guilherme Padin
Nenhum comentário:
Postar um comentário