Paulo Cupertino, suspeito de matar o ator Rafael Miguel e seus pais, foi preso na segunda-feira (16) após ficar quase três anos foragido.
“Agora preciso de espaço [...] não estou com disponibilidade nem
condições de falar” — este é um trecho do story que Isabela Tibcherani, filha
de Paulo Cupertino, publicou após ser informada da prisão do pai, na segunda-feira (16). A jovem, agora
com 21 anos, reúne mais de 380 mil seguidores em um perfil no Instagram, no
qual não há nenhuma publicação, com exceção de um destaque com o título
“comidinhas”, em que mostra o preparo de duas receitas. Na descrição do perfil,
a frase “felicidade é ser livre. independência é liberdade!” não escapa da
atenção de quem, por ventura, tenha acompanhado o desfecho do crime pelo qual
Cupertino é acusado de ter cometido em 9 junho de 2019, quando ele assassinou o ator Rafael Miguel, então namorado de Isabela,
bem como o pai e a mãe do rapaz. O crime, que chocou o país
à época, faz eco quando Isabela conta como foi sua infância ao lado do homem
que ela não considera como um pai, mesmo tendo crescido na mesma casa que ele.
“É muito difícil buscar uma imagem afetiva de pai. Eu tenho muito mais
lembranças dele como pessoa agressiva do que como pai”, afirmou a jovem ao Repórter Record
Investigação, em 2020.Segundo Isabela, ela e sua mãe, Vanessa
Tibcherani, vivenciaram um cotidiano de violências ao lado de Cupertino, que,
além de espancar a filha, batia frequentemente na mãe — que chegou a registrar
um boletim de ocorrência contra o marido, mas foi ameaçada. “Quando ela fez,
ele disse ‘se você não retirar, mato você e sua família’”, contou a jovem. Isabela
lembra que o homem chegou a quebrar um prato de vidro em sua cabeça, além de
controlar as vezes em que ela podia sair de casa. Ao Repórter Record Investigação, ela afirmou
que ele a proibia de se arrumar, usar brincos ou maquiagens, ou mesmo de
encontrar os amigos, com os quais ela só conseguia se socializar na escola.
“Era tapão na cabeça, soco nas costas [...] e eu não podia chorar, senão
apanhava mais”, afirmou à época.“Meu pai tinha um pouco de repulsa por mim, por
alguma razão ele não fazia contato visual, não gostava de me ver arrumada; as
maneiras que ele encontrava de me punir por coisas bobas [...] ele me punia
tirando a minha vaidade, ele me via arrumada e falava que eu estava feia”,
relatou Isabela ao programa. A falta de publicações no Instagram pode ser
resultado da série de ataques que a jovem sofreu à época do crime de pessoas
que faziam comentários que a culpabilizam pelas ações do pai e pelo assassinato
de Rafael Miguel e sua família.Alguns internautas também a acusavam de querer
se promover à custa da tragédia, sobretudo quando Isabela tentou se lançar como
cantora, uma das formas que encontrou de superar o ocorrido.Em decorrência de
tudo o que aconteceu, ela afirma que chegou a se culpar pelo crime. “Pensei em
maneiras inúmeras, diversas formas [pelas quais] que eu poderia ter impedido
aquilo [...] as pessoas pensam que eu tenho culpa, mas eu não tenho”, afirmou.Ainda
em
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