Projeto de lei discutido em audiência pública regulamenta a profissão de Especialista em Saúde e Vida Infanto-Juvenil.
Um profissional
especializado em ajudar crianças, adolescentes e suas famílias em ambiente
hospitalar. É o que busca fomentar um projeto de lei (PL 3884/21) que foi
debatido em audiência pública pela Comissão Externa de Políticas para a Primeira Infância. A
proposta regulamenta a profissão de Especialista em Saúde e Vida
Infanto-Juvenil, estabelecendo os requisitos para o exercício profissional.
Segundo o texto, poderá se especializar na área qualquer profissional da área
de saúde com nível superior. A especialização em saúde e vida infanto-juvenil
deverá ter, no mínimo, 400 horas de conteúdos teóricos e 200 horas de prática
em ambiente hospitalar em equipes multidisciplinares. O conteúdo do curso
deverá contemplar o cuidado clínico de crianças e adolescentes, as práticas
baseadas em evidências científicas, a atenção às preferências e necessidades
dos pacientes e seus familiares, assim como a assistência biopsicossocial. Atuação
A autora da proposta, deputada Luísa Canziani (PSD-PR),
foi quem pediu a realização da audiência pública. Ela explica como o
profissional poderá atuar. “A sua função vai ser ajudar as crianças,
especialmente aquelas hospitalizadas, a enfrentar a experiência de uma doença,
o alívio da dor, do sofrimento da melhor maneira possível, inclusive de forma
positiva, com brincadeiras, com preparação, educação, atividades de
auto-expressão”, disse. Iniciativas Mesmo sem o curso de
especialização, já existem iniciativas pioneiras pelo país. O Instituto
Benfazer, de Londrina (PR), é responsável por um treinamento de profissionais
desenvolvido pela universidade americana Johns Hopkins. O projeto piloto foi
feito no Hospital Universitário de Londrina e no Hospital Santa Casa de Marília,
interior de São Paulo.Ana Carolina Melo Matos Carrara, fundadora do instituto e
consultora de projetos, destaca que, nos Estados Unidos, onde a profissão é
regulamentada, os profissionais foram importantes durante a pandemia, inclusive
fora de ambientes hospitalares.“Esse profissional hoje nos Estados Unidos tem a
profissionalização mesmo, tem a regulamentação. E esse profissional, além de
cuidar do bem-estar, da saúde e tudo mais, no período de pandemia esses
profissionais começaram a ser chamados por escolas, por funerais justamente
para acolher essas crianças, esses adolescentes.”Vivian Feijó, superintendente
do Hospital Universitário de Londrina, relata o treinamento desenvolvido na
instituição.“Foram quase 30 pessoas treinadas para a prática do exercício da
profissão. Estamos em fase de implementação desse sistema. Nós temos como meta
escolher o perfil de paciente para que a gente possa começar, em especial
aquele paciente que a gente possa humanizar o cuidado, tratar a dor, e inserir
a família, o próprio paciente, a criança, e os seus cuidadores nesse cuidado
diferenciado.”O projeto que regulamenta a profissão de Especialista em Saúde e
Vida Infanto-Juvenil está na Comissão de Seguridade Social. Depois, ainda
precisa passar pelas comissões de Trabalho e de Constituição e Justiça. Fonte:
Agência Câmara de Notícias Reportagem - Paula Bittar Edição - Ana Chalub
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