Na justificativa, o secretário Hélio Angotti diz que os protocolos
sugeridos por técnicos da pasta feriam a autonomia médica .
O Ministério da Saúde rejeitou todos os protocolos sugeridos
pela Conitec (Comissão
de Incorporação de Tecnologias ao SUS) contendo as Diretrizes Brasileiras
para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19. A decisão, assinada
pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do
Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, foi publicada no DOU (Diário Oficial
da União) desta sexta-feira (21). Os documentos foram elaborados pelo
comitê que integra o próprio ministério e é formado por representantes das mais
importantes instituições ligadas à saúde e por técnicos da pasta. Em dezembro,
o grupo aprovou o relatório que rejeita o kit Covid em pacientes que não estão
internados. No estudo conduzido pelo médico Carlos Carvalho, a pedido do
ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a conclusão é que medicamentos como
azitromicina e hidroxicloroquina "não mostraram benefício clínico e,
portanto, não devem ser utilizados no tratamento ambulatorial de pacientes com
suspeita ou diagnóstico de Covid-19". A análise também não indica o uso de
ivermectina, nitazoxanida, anticoagulantes e plasma convalescente no
tratamento.Para embasar a rejeição, Angotti afirmou que as decisões foram
tomadas em um contexto
político, marcado por "inadequações, fragilidades e
riscos éticos". "Houve intenso escrutínio e assédio político, inédito
no âmbito da Conitec e eivado de algumas incompreensões quanto ao papel
institucional dessa instância de assessoramento". A imaturidade
científica foi outro argumento utilizado. "O cenário científico não
alcançou o mesmo grau de maturidade científica observado em situações não
emergenciais oportunamente avaliadas pela Conitec". Na avaliação do
secretário, as diretrizes sugeridas poderiam interferir na autonomia médica e
que a decisão vem pela "necessidade de não se perder a oportunidade de
salvar vidas". Sobre o kit Covid, a nota que embasa a rejeição diz que
a expressão nunca foi reconhecida e utilizada pelo Ministério da Saúde.
"Não houve avaliação de um kit de tratamento ou algo parecido." O que
houve, na justificativa da pasta, foi que a "combinação de fármacos foi
avaliada (hidroxicloroquina com azitromicina), ainda com evidências muito
incipientes". "Tal elemento não impacta a avaliação técnica do
material produzido pelo Grupo Elaborador, mas alerta contra a possível má
compreensão do presente contexto."Sem as diretrizes aprovadas, fica em
aberto a recomendação do uso de medicamentos para tratar pacientes com Covid-19
mesmo sem que eles tenham eficácia comprovada. A Conitec desaconselhava o uso
de tais fármacos, justamente por não terem benefícios comprovados. A falsa
sensação de segurança trazida com o uso dos medicamentos era outro ponto
sustentado pelos membros da comissão. ( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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