Moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras,
conhecido como Macacos, ficaram ilhados após temporais.
Um muro de concreto de 33 metros, construído pela mineradora Vale para
conter o rejeito que pode se espalhar em eventual rompimento de barragem em
Nova Lima, na Grande BH, acabou represando um grande volume de água durante as
fortes chuvas que caíram sobre a cidade nos últimos dias. O problema foi
registrado no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos.
A situação chamou atenção dos moradores que se assustaram com o nível da água
próximo ao topo do paredão. “A água está subindo para o lado das nossas
casas”, reclama um morador. A Vale, no entanto, afirma que a chamada ECJ
(Estrutura de Contenção a Jusante) não corre risco de se romper e opera dentro
da normalidade. De acordo com a empresa, o muro conta com uma comporta na base,
que está aberta, e um vertedouro no topo para evitar que a água fique estocada
no local. A mineradora afirmou que, em eventual rompimento das barragens da
Mina Mar Azul, a muralha tem condições de conter os rejeitos. As barragens estão
em nível 3 de alerta, o maior da escala. “O acúmulo da água retida na
contenção, provocado pelas intensas chuvas na região, com volume aproximado de 565 mm somente neste sábado
e domingo, não interferiu na sua estabilidade e função, ou seja, a estrutura continua
sendo capaz de reter os rejeitos em caso de necessidade”, destacou a companhia.
O temporal dos últimos dias também deixou famílias ilhadas. Segundo a Vale, um
barranco cedeu no distrito e causou a inundação de algumas ruas. Sem conseguir
deixar o local, alguns moradores estão sem água e sem comida. Um mercado da
comunidade está com o estoque praticamente vazio. “O único acesso que não está
interditado é de difícil acesso. Não passa ônibus e nem caminhão. As pessoas
não conseguem usar o transporte público e não está ocorrendo o recolhimento de
lixo. Estamos sem luz desde ontem”, afirma um denunciante. Moradores afirmam
que antes da construção do muro da mineradora, a comunidade não tinha problemas
com enchentes. O empresário Roney Leite detalha o problema. “No ano passado,
tivemos uma contenção de água, mas não foi neste nível. Como vamos fazer para
sobreviver em situação de rompimento da barragem?”, questiona. Procurada, a
Vale garantiu que “não houve alteração estrutural ou no nível de emergência em
nenhuma de suas estruturas da mina Mar Azul, em Macacos”. Veja a íntegra da nota da mineradora:
“A Vale segue acompanhando o cenário de
fortes chuvas em Minas Gerais com foco na segurança de suas barragens. A
empresa informa que não houve alteração estrutural ou no nível de emergência em
nenhuma de suas estruturas da mina Mar Azul, em Macacos (Nova Lima). Os vídeos
e imagens que circulam na internet tratam de um deslizamento de terra natural
provocado pelas fortes chuvas na região. A empresa segue monitorando as
barragens da mina 24h por dia, 7 dias por semana, em tempo real, por meio do
Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG), de acordo com a legislação vigente.
A estrutura de contenção a jusante (ECJ)
apresenta condições normais de operação e permanece estável. O acúmulo da água
retida na contenção, provocado pelas intensas chuvas na região, com volume
aproximado de 565 mm
somente neste sábado e domingo, não interferiu na sua estabilidade e função, ou
seja, a estrutura continua sendo capaz de reter os rejeitos em caso de
necessidade. Desde o último
domingo (9) a noite, as fortes chuvas ocasionaram o início da passagem de fluxo
de água pelo vertedouro da estrutura de contenção, condição prevista no
projeto. A contenção foi construída como medida de segurança para o processo de
eliminação da barragem B3/B4. A estrutura também conta com um sistema de
comportas na sua base, que encontram-se abertas, por onde a água passa e segue
o fluxo do rio após a contenção. A Vale segue monitorando possíveis impactos no
entorno da ECJ. Por orientação
da Defesa Civil e para garantir a segurança da comunidade, o acesso por dentro
do condomínio Pasárgada foi aberto no último domingo (9), e poderá ser
utilizado pela comunidade de Macacos. O acesso interno da Mina de Mar Azul não
se encontra em condições seguras para trânsito de veículos não operacionais.
As barragens B6, B7, Capão da Serra e
Taquaras possuem DCE positiva, a barragem 5 encontra-se em nível 1 de
emergência e B3/B4 permanece em nível 3 de emergência. Assistência A Vale também está apoiando a prefeitura e a Defesa Civil com recursos e
equipamentos para prestar assistência à comunidade.”( Fonte R 7 Noticias
Brasil)
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