No Sudão do Sul, presidente Salva Kiir dissolve
Parlamento.
Dissolução está prevista no acordo de paz de 2018, mas oposição duvida
de um retorno à normalidade institucional.
O
presidente do Sudão do Sul,
Salva Kiir, dissolveu o Parlamento do país no último sábado (8), confirmou o
jornal queniano “Nation”.
Conforme Kiir, a decisão deve abrir caminho para a nomeação de legisladores da
oposição, mas o presidente não informou quando o Legislativo voltará a
funcionar. A chamada de parlamentares de lados opostos tem base no acordo de paz
sul-sudanês assinado em 2018 após cinco de guerra civil. À
época, Kiir e o vice-presidente Riek Machar, líder da oposição, concordaram em
dissolver o Parlamento e inaugurar uma nova assembleia de 550 legisladores –
sendo 332 do partido do presidente. A oposição aguarda o desmembramento desde
então e já reclamou da
demora em implantar o acordo. O sentimento agora, porém, reúne
um misto de expectativa e desconfiança. “A sociedade já está frustrada e não
acredita mais que o parlamento será viável, mesmo depois de reconstituído”,
relatou o presidente da Sociedade Civil do Sudão do Sul, Jame Kolock. Na nova
formação, os parlamentares não serão eleitos, mas indicados pelos partidos. O governo de
coalizão só foi formado em fevereiro de 2020, após quase um ano
de atraso. Mesmo assim, poucas cláusulas da trégua funcionam na prática e
analistas já alertam para um retorno à guerra. O fechamento do Parlamento
ocorreu na véspera da visita do enviado especial dos EUA ao país, Donald Booth,
à capital Juba.
Washington foi o principal facilitador da independência do país, em 2011, e
forneceu apoio diplomático e ajuda humanitária ao país. Em abril, o
Departamento de Estado norte-americano alertou sobre
violência contínua e a piora das condições humanitárias em meio a lenta
implementação do acordo – após os conflitos que mataram 380 mil pessoas e
forçaram o deslocamento de outras quatro milhões. A guerra
sul-sudanesa Rico em petróleo, o Sudão do Sul
continua refém da má administração e,
apesar do acordo de paz, os conflitos
interétnicos continuam – na maioria das vezes causados pelo
roubo de animais no campo. Os confrontos deixaram mais de mil mortos só no
último semestre de 2020. Os conflitos entre comunidades étnicas está no cerne
da guerra civil do Sudão do Sul, aponta o think tank Council of
Foreign Relations. A disputa começou em dezembro de 2013, após uma
luta política entre Kiir e Machar, que terminou na destituição do vice-presidente.
O confronto respingou no Exército sul-sudanês e nos dois maiores grupos étnicos
do país: soldados da etnia Dinka, alinhados a Kiir, se voltaram contra os
soldados Nuer, que apoiavam Machar, e a violência se espalhou
rapidamente pelo território, recém-independente. A destruição
deixada pelos grupos impediu o plantio pelos pequenos
agricultores, o que causou uma grave escassez de alimentos em todo o país. Em
2014 e em 2018, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas),
classificou a crise alimentar no
Sudão do Sul como a mais grave do mundo.( Fonte A Referencia Noticias
Internacional)
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