Austrália cancela inclusão em
programa de infraestrutura da China.
Decisão quer priorizar “interesses nacionais” da
Austrália, disse chanceler; medida também cancela acordos com Irã e Síria.
O
governo da Austrália cancelou
dois acordos de inclusão no Cinturão da Rota
da Seda, programa de infraestrutura impulsionado pela China, nesta
quinta (22). A iniciativa financiaria obras no estado de Victoria,
um dos mais populosos do país, mas foi afastada após Camberra alegar “risco à
segurança nacional”. Victoria, que inclui a cidade de Melbourne, aderiu ao
programa em 2018 com a expectativa de aumentar investimentos no país. O governo
australiano, porém, teme que Beijing use a obra para construir influência
regional, disseram diplomatas ao norte-americano “The Wall Street
Journal”. Conforme a ministra das Relações Exteriores, Marise Payne,
a decisão de cancelar o acordo tenta “priorizar o interesse nacional” da
Austrália e “garantir consistência nas relações externas”. Segundo ela, Camberra
também cancelou dois outros negócios com a Síria e o Irã. A
medida é consequência do distanciamento entre os dois países. Em novembro, a
China aumentou os
impostos sobre produtos australianos como carne, minério de
ferro e vinho em até 212% como resposta a um pedido de
Camberra por uma apuração sobre a origem do novo coronavírus. O mal-estar
começou em abril de 2020, quando o primeiro-ministro
australiano, Scott Morrison, convocou uma
“investigação independente” após registros dos primeiros casos
na cidade chinesa de Wuhan, em
janeiro daquele ano. Lançado em 2013, o Cinturão da Rota da Seda é uma programa
de desenvolvimento adotado pelo governo chinês para financiar projetos de
infraestrutura em diversos países do mundo. A estrutura já foi
endossada por mais de 150 Estados e organizações internacionais. “Mentalidade de
Guerra Fria”, critica Beijing “Pedimos que a
Austrália abandone sua mentalidade de Guerra Fria e
preconceito ideológico”, disse o porta-voz do ministério das Relações
Exteriores da China, Wang Wenbin, em registro da Reuters.
“Camberra deve corrigir imediatamente seus erros e mudar seu curso”. Pouco
depois do anúncio de Payne, a embaixada chinesa na Austrália criticou a ação
como “provocativa” e afirmou que a medida só prejudicaria os laços, já
danificados, entre os dois países. “Camberra analisou mais de
mil acordos e decidiu cancelar apenas quatro. Dois deles eram com a China. Essa
alegação de que a Austrália não visa nenhum país em particular não se
sustenta”, disse Wang. Em seu anúncio, Payne alega que o veto não é dirigido a
nenhum país em específico. A partir da definição, todos os estados da Austrália
devem consultar o ministro das Relações Exteriores antes de assinar qualquer
acordo com outras nações.( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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