História das epidemias e pandemias que
assolaram o mundo.
O mundo da Peste Negra era muito diferente do atual. A Idade
Média era regida pela Igreja Católica e seu sistema econômico era o feudal. Mas
as consequências guardam semelhanças com nossos dias. Estima-se que o número de
mortes na Europa e na Ásia tenha superado os 100 milhões. O impacto social e
econômico foi brutal. O comércio e a produção agrícola desabaram, deixando as
populações ainda mais vulneráveis. O centro do poder – a Igreja – também foi
abalado. “A peste fez com que as pessoas, descontentes e esgotadas, começassem
a ter muitas dúvidas. Esses questionamentos fragilizaram o domínio da Igreja”,
afirma o historiador. O poder foi transferido para outra instituição política
da época, o rei, que investia em melhorias nas cidades. Do ponto de vista econômico,
a escassez de mão de obra pressionou os salários para cima. “Essa valorização
fortaleceu o camponês da Idade Média. Naquele momento, ele pôde rever sua
própria condição social e transitar por outras atividades econômicas. Era o
embrião do capitalismo, o que enfraqueceu o sistema feudal.” A pandemia também
teve impacto direto no âmbito cultural. Nos anos seguintes, o medo da morte
passou a ser cultuada em toda a Europa, dando origem ao gênero
artístico-literário chamado A Dança da Morte (ou Dança Macabra). As cantigas,
crônicas, peças de teatro e até o estilo das esculturas na arquitetura gótica
são heranças da peste. Nos séculos seguintes, houve novos surtos da doença –
como em 1665, quando Londres perdeu 100 mil pessoas em um ano. LEIA AQUI: Vida normal? Saiba quais são os hábitos terão de ser deixados de
lado no pós-pandemia A Peste Negra deu origem também à teoria
miasmática, segundo a qual as doenças teriam origem nos odores de matéria
orgânica em putrefação. Graças a ela, as pessoas passaram a queimar e sepultar
seus mortos e depositar o lixo em lugares distantes. Passou a haver também
maior preocupação com o saneamento básico, o que colaborou para a diminuição do
alastramento. “A Peste Negra deixou marcas genéticas na humanidade. Os
marcadores genéticos que temos hoje são diferentes dos da época pré-peste. Ela
selecionou as pessoas mais resistentes a ela”, conclui o biólogo Átila
Iamarino.( Fonte Forbes Brasil)
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