Conheça a história das epidemias e pandemias que
assolaram o mundo.
A
palavra “pandemia” – seja em que idioma for
– não sai da boca e do pensamento de bilhões de pessoas desde março, quando a
OMS declarou oficialmente que o coronavírus havia ultrapassado
fronteiras e já estava presente em todos os continentes (em grego, pan =
“todo” e demos = “povo”).O biólogo e doutor em microbiologia Átila
Iamarino explica que são diversas as formas de surgimento de uma pandemia: “As
doenças ressurgem porque as pessoas param de tomar vacinas ou porque são
criadas novas oportunidades de circulação do vírus – caso do sarampo e da
catapora. Também podem surgir de uma doença recorrente todos os anos, pois as
pessoas perdem a imunidade – caso da gripe. O novo coronavírus é uma infecção
nova, um patógeno que se adaptou e começou a circular em humanos”. O Sars-CoV-2 é um vírus que circula entre morcegos,
que são animais sociais. O sistema imunológico deles tem uma carga genética que
tolera maior circulação de doenças. O convívio entre tratadores, animais de
criação e animais silvestres, como ocorre nos chamados mercados molhados (como
o de Wuhan, na China), permite que esses vírus possam saltar dos morcegos para
outros animais. A nipah e o vírus hendra, que acometem humanos, são exemplos de
doenças que vieram do mamífero alado. A atual “culpa” do morcego, no entanto,
ainda não foi totalmente estabelecida (estudos sugerem que haveria
intermediários entre eles e nós – como a civeta, mamífero conhecido também como
algália ou gato-almiscarado). Para isso, não faltam relatos de
grandes epidemias e pandemias.Atenas vivia seu auge, por volta do ano 430 a.C.,
quando uma doença que mesclava sintomas de varíola e tifo atingiu a principal
cidade-estado grega. A Praga de Atenas, como ficou conhecida, é apontada como
fator determinante para a derrota ateniense contra Esparta, na Guerra do
Peloponeso. No século III, foi a vez de os romanos enfrentarem um poderoso
inimigo invisível – a malária.A Yersínia pestis, bactéria que dá origem à
peste bubônica, fez sua primeira aparição conhecida em 541 d.C., quando foi
batizada de Praga de Justiniano, em homenagem ao imperador Justiniano, o Grande
(que contraiu a doença e se curou). As cidades portuárias foram as mais
afetadas. Navios mercantes facilitavam a propagação da peste, transmitida pelas
pulgas dos ratos que estavam a bordo. Constantinopla, então capital do Império
Bizantino, perdeu 40% de seus 800 mil habitantes. Calcula-se que, no auge da
crise, cerca de 5 mil pessoas morriam por dia na cidade. Nos anos seguintes,
alguns novos surtos foram registrados, mas foi em 1330 que a peste bubônica
reapareceu com força na China, após a conquista mongol. Por causa da guerra, a
população estava enfraquecida. Em 20 anos, a peste dizimou cerca de 25 milhões
de pessoas no Oriente. E AINDA: Negros e pobres sofrem
com exclusão digital durante a pandemia Sua “versão” mais
famosa, batizada de Peste Negra e relembrada em filmes e jogos, assolou a
Europa entre 1333 e 1351. Ainda pairam dúvidas sobre como ela se espalhou no
continente. “As cidades se relacionam fundamentalmente por guerra ou por
comércio. Sempre existiu algum tipo de intercâmbio de mercadorias ou de
pessoas, e isso pode ter contribuído para a disseminação”, avalia Müller.(
Fonte Forbes Brasil)
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