A Câmara dos Deputados está discutindo a proposta.
O Projeto de Lei 1924/24 cria o Operador Nacional
do Sistema Mineral (ONSM) para monitorar em tempo real estoques e movimentação
da produção mineral no Brasil. O monitoramento abrange sistema de coleta de
informações em tempo real de atividades de produção, comercialização ou
consumo, importação e exportação de bens minerais. A partir desses dados, o
ONSM deverá elaborar relatórios e encaminhá-los aos ministérios de Minas e
Energia, do Meio Ambiente e da Justiça, à agência reguladora, a autoridades
fiscais, ao Ministério Público e a entidades de consumidores. O operador deverá
informar às autoridades sobre inconsistências e irregularidades encontradas, em
especial se houver reflexos tributários, ambientais ou relacionados à mineração
ilegal e à arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais
(CFEM). O ONSM será fiscalizado e regulado pela Agência Nacional de Mineração
(ANM) e integrado por empresas que atuam no refino do petróleo, produção de
biocombustíveis, processamento de gás natural, transporte, importação e
exportação de combustíveis. A proposta inclui a criação do novo operador no Código de Mineração. Diretoria e tributos O
operador terá cinco diretores, sendo três indicados pelo Executivo e dois pelos
agentes do setor, com mandatos de quatro anos com uma recondução. Os diretores
só podem ser exonerados sem motivo nos primeiros 4 meses do mandato. Eventual
arrecadação tributária sobre atuação do ONSC deve ser destinada ao Fundo
Nacional de Segurança Pública. Desse total, 70% serão redistribuídos aos
estados, proporcionalmente ao aumento de arrecadação de cada um. Desburocratização
A ideia do ONSC surgiu a partir do relatório final do grupo de trabalho da
Câmara dos Deputados sobre digitalização e desburocratização da gestão
governamental. Grupo de trabalho aprova relatório sobre desburocratização e
encerra trabalhos O deputado Julio Lopes (PP-RJ), autor da proposta,
foi o relator do grupo, que finalizou seus trabalhos em outubro de 2023. A
ideia é seguir o modelo do Operador Nacional do Sistema Elétrico, responsável
pelo planejamento e monitoração da área de energia. Combate a
irregularidades Segundo Lopes, a obtenção de dados em tempo real da
produção e comercialização dos bens minerais pelo ONSM constituirá um mecanismo
robusto e centralizado de monitoramento, planejamento e gestão desse setor. “A
análise dos dados obtidos deverá contribuir decisivamente para impedir práticas
irregulares e ilegais, como a evasão fiscal, o contrabando e a exploração
mineral sem a devida outorga e sem o requerido licenciamento ambiental”,
explicou o deputado. Com o monitoramento, afirmou Lopes, será possível
verificar a efetiva produção de uma área com outorga para exploração de ouro.
“Evitando que a essa mesma área sejam atribuídas substâncias minerais extraídas
em garimpos ilegais, o que evitaria os elevados prejuízos ambientais e sociais
que atualmente têm ocorrido”, disse. Próximos passos A proposta será
analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Minas e Energia; de Finanças
e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a
proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado. Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei Reportagem
- Tiago Miranda Edição - Natalia Doederlein Fonte: Agência Câmara de
Notícias
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