Ex-presidente dos Estados Unidos teria levado arquivos no fim do mandato, o que é proibido por lei no país.
A gestão que o ex-presidente americano Donald Trump fez dos
documentos oficiais durante o mandato se tornou o centro de múltiplas
investigações nos Estados Unidos nesta quinta-feira (10). Nas últimas semanas,
o ex-presidente foi acusado em várias ocasiões de ter
descuidado deliberadamente de arquivos antes da
transmissão obrigatória aos Arquivos Nacionais americanos. Essa agência federal
pediu à Justiça, segundo vários veículos de comunicação, que abra uma
investigação depois que teve que recuperar na Flórida 15 caixas de documentos
que Donald Trump levou consigo quando saiu de Washington em janeiro de 2021. Nessas
caixas estão cartas de Barack Obama e do líder norte-coreano Kim Jong-un, assim
como um mapa dos Estados Unidos que tinha sido alvo de trocas de mensagens
acaloradas com o serviço meteorológico. Mas também, segundo o jornal The
Washington Post, documentos classificados como "secretos".Os Arquivos
Nacionais asseguram que o ex-presidente republicano não tinha o direito de ir
embora com essas informações: segundo uma lei de 1978, todo presidente
americano deve transmitir todos os emails, cartas e demais documentos de
trabalho a essa agência, encarregada de conservá-los. Consultados pela
AFP, os Arquivos Nacionais e o Departamento de Justiça não quiseram nem
confirmar nem desmentir na quarta-feira (9) o pedido de abertura de
investigação. Sanitários entupidos Mas nesta quinta-feira
os papéis de Donald Trump voltaram a aparecer no centro de um novo caso. Em
um livro prestes a ser publicado, um jornalista celebrado do New York Times
assegura que funcionários da Casa Branca costumavam encontrar fardos de papéis
que entupiam os sanitários, suspeitando que o presidente queria se livrar de
documentos. Ao mesmo tempo, uma comissão do Congresso encarregada de
supervisionar as autoridades federais anunciou a abertura de uma investigação
sobre os arquivos do ex-inquilino da Casa Branca. A presidente da comissão,
Carolyn Maloney, disse que estava "extremamente preocupada" com as
ações de Trump. O ex-presidente, já questionado sobre a gestão de
impostos e a forma como teria tentado se manter no poder após a derrota
eleitoral, em novembro de 2020, tenta minimizar o assunto. Trocas de mensagens
com os Arquivos Nacionais sempre foram "respeitosas" e "colaborativas",
disse em nota à imprensa nesta quinta-feira, negando que pudesse ter jogado no
vaso algum documento oficial. Trump prometeu que alguns deles serão exibidos em
sua biblioteca presidencial algum dia."Caça
às bruxas" Na semana passada, os Arquivos Nacionais também revelaram que o
ex-presidente tinha o hábito de rasgar alguns documentos de trabalho, outra
prática contrária à lei de 1978. Papéis enviados aos Arquivos tinham sido
"colados com fita adesiva" por "funcionários da gestão de
registros da Casa Branca", outros ficaram como estavam, disseram.Alguns
desses documentos foram transferidos pelos Arquivos a uma comissão parlamentar
que investiga o papel de Trump na invasão do Capitólio, realizada por seus
apoiadores em 6 de janeiro de 2021. O bilionário republicano, que
qualificou reiteradamente a investigação de uma "caça às bruxas",
acusou nesta quinta a comissão de tentar deliberadamente desviar a atenção
"da horrível situação em que a administração [de Joe] Biden mergulhou [o]
país".( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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