ONU: Guterres pede distribuição
igualitária de lucros de mineração e respeito ao meio ambiente.
Países ricos em minerais produzem um
quarto do PIB, global, mas quase 70% da sua população vivem em extrema pobreza.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou
que a extração de metais e de outras matérias-primas valiosas deve sempre levar
em conta três fatores: recursos disponíveis, ecossistemas e as pessoas
envolvidas no processo. Segundo ele, a indústria extrativa deve buscar não
apenas o lucro, mas a sustentabilidade e o equilíbrio social.O chefe da ONU
participou em uma Mesa Redonda Global sobre a Transformação das Indústrias
Extrativas para o Desenvolvimento Sustentável nesta terça (25). O encontro
reuniu líderes e ministros de 19 países. Guterres disse que é
uma “responsabilidade compartilhada” garantir que ”os benefícios
dos recursos minerais alcancem todas as pessoas na sociedade, não apenas as
elites, salvaguardando o ambiente natural hoje e para as gerações futuras”. A
indústria extrai matérias-primas da terra, incluindo petróleo, carvão, metais
preciosos e outros minerais, por meio de
perfuração, bombeamento, extração e mineração. O setor
desempenha um “papel dominante” nas economias de 81 países, gerando grandes
receitas, investimento
estrangeiro direto e receitas ao governo. Estes países produzem um
quarto do PIB (Produto Interno Bruto) global, mas abrigam metade da
população mundial e quase 70% de todas as pessoas
que vivem em extrema pobreza. Há,
portanto, um enorme desequilíbrio entre a renda gerada e sua
distribuição. Corrupção Além disso, dos 72 países de renda média ou baixa do mundo, 63
aumentaram sua dependência das indústrias extrativas nas últimas duas
décadas. Guterres lembrou que alguns chamam as extrações de minerais como “maldição
dos recursos”, por estarem associadas a corrupção, conflitos
e degradação ambiental. Para ele, estes recursos precisam
ser administrados de forma sustentável, inclusiva e equitativa. “É preciso
ter em consideração as necessidades e os direitos das mulheres, povos indígenas,
comunidades locais e outras partes interessadas”, disse.
Imperativos O secretário-geral
destacou depois quatro imperativos. O primeiro é a melhoria da
governança, incluindo monitoramento independente e tratamento da corrupção, má gestão de
receitas e fluxos financeiros ilícitos. Em segundo lugar está a redução
das receitas de dependência dessas indústrias. O ideal é diversificar
economias, adaptar sistemas tributários e acelerar uma transição justa para
funcionários e comunidades dependentes. Em seu terceiro ponto, Guterres
defendeu mais investimentos em um futuro de baixas emissões. A medida deve
estar alinhada às finanças públicas e privadas do setor com os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris. Para
terminar, ele destacou a necessidade de maior coordenação regional e global
para “administrar choques e garantir um processo de transição suave, justo e
sustentável.” ( Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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