MP denuncia oito bombeiros por
responsabilidade em incêndio da Boate
Kiss
Os bombeiros foram denunciados por emitir documentos falsos para expedir os alvarás da boate. Além disso, o plano de proteção contra incêndio também teria sido aprovado sem atender à legislação.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou oito bombeiros à Justiça Militar por responsabilidade no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, no começo do ano. Ao todo, 242 pessoas morreram na tragédia.
Os bombeiros foram denunciados por emitir documentos falsos para expedir os alvarás da boate. Além disso, o plano de proteção contra incêndio também teria sido aprovado sem atender à legislação.
Entre os denunciados à Justiça Militar está o ex-comandante da corporação em Santa Maria, tenente-coronel Moisés Fuchs.
“Nós tivemos um descumprimento deliberado da legislação em prol de uma suposta celeridade na apreciação dos planos de proteção contra incêndio. E também uma conduta que privilegiou muito a arrecadação das taxas de inspeção em prol do Corpo de Bombeiros”, afirmou Cezar Augusto Carlan, promotor.
No fórum de Porto Alegre, foram retomados esta tarde, os depoimentos do processo criminal sobre o incêndio. Foram ouvidos sobreviventes que moram na capital gaúcha. Um deles era o gerente da casa noturna, apontado como o braço direito de Elissandro Spohr, o Kiko, um dos proprietários da Kiss.
Kiko acompanhou os depoimentos ao lado do advogado. O vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo dos Santos, também esteve no fórum.
Eles respondem por homicídio e tentativa de homicídio com Luciano Bonilha Leão, integrante da banda, e o outro sócio da Kiss, mauro Hoffmann.
Um estudante que estava na boate na noite da tragédia e também depôs nesta segunda, quer Justiça para as famílias das vítimas.
“Para estas famílias também que perderam filhos, pelo menos que ganhem uma indenização, pra todo mundo que passou por isso, porque realmente não é uma coisa fácil, não é uma coisa que pode ser esquecida. É uma coisa bem dolorosa, tem que ficar lembrando. E não pode passar por cima disso”, disse Ruan Bolzan Martins, estudante.(fonte Jornal Nacional)