Anderson
Torres contesta resultados apresentados por empresas e diz que institutos podem
ter divulgado pesquisas fraudulentas.
O ministro da Justiça e
Segurança Pública, Anderson Torres, determinou, nesta terça-feira (4), que
a Polícia Federal abra uma investigação sobre institutos de
pesquisa de intenção de voto que erraram as previsões para as eleições deste
ano. VEJA A COBERTURA
COMPLETA DAS ELEIÇÕES 2022 NA PÁGINA ESPECIAL DO R7 "Resultados
muito discrepantes, números que destoaram muito da realidade, do resultado
final da eleição. É uma dúvida que a população brasileira tem. Tem sido muito
questionado a metodologia dos institutos de pesquisa. Então, por precaução e
até para apurar se houve alguma conduta criminosa nesse resultado por parte de
alguma dessas empresas, nós determinamos a instalação do inquérito pela Polícia
Federal", afirmou Torres, em entrevista à Record TV. As
principais empresas do país que fazem levantamentos sobre a preferência do
eleitorado brasileiro erraram diversas previsões para o primeiro turno deste
ano, que aconteceu no domingo (2). Algumas amostras, por exemplo, davam menos
de 40% dos votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontaram a possibilidade
de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar sem a necessidade de
segundo turno, o que não aconteceu.Para que o Ministério da Justiça comunique a
PF sobre a necessidade de investigação, é necessário que ocorra uma
representação por parte de alguém que se sinta prejudicado. No caso dos
institutos de pesquisa, a comunicação de crime foi protocolada pelo presidente
do PL, Valdemar Costa Neto. Segundo Torres, os institutos de pesquisa podem ter
incorrido em divulgação fraudulenta de pesquisa eleitoral, crime previsto na
lei das eleições. "É um crime que, em tese, induz as pessoas a tomar a sua
decisão. Fere o direito constitucional do voto, da livre decisão do cidadão.
Então, é extremamente importante a apuração para evitar esse tipo de conduta.
Se realmente houve, precisa ser investigado e precisa ser punido." De
acordo com o ministro, uma das intenções do inquérito é dar mais segurança ao
eleitor. "É uma atividade feita por empresas e a gente precisa entender
isso. Para que a população tenha tranquilidade. Em uma era que se fala tanto de
fake news, se uma pesquisa é falsa, fraudulenta, não tem fake news maior do que
essa em um momento tão importante para a nação quanto é a eleição. A eleição
presidencial principalmente, que vai decidir o rumo do país", frisou."Toda
eleição existe esse questionamento. Toda eleição nós temos esses resultados
discrepantes das pesquisas e nós precisamos encerrar isso no Brasil. Entender
essa metodologia, ver se isso realmente está funcionando. Acho que o inquérito
policial é um instrumento adequado para isso", completou Torres. Reação
do Congresso NacionalNo Congresso, deputados e senadores demonstraram insatisfação
com a falta de assertividade dos institutos. Parlamentares da base do governo
prometeram pedir a criação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as empresas.Além
disso, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR),
afirmou ao R7 que pretende apresentar um projeto de lei
para punir institutos de pesquisa que errarem resultados de eleições no Brasil.De
acordo com Barros, o desempenho das empresas preocupa. Por isso, ele defende
uma reação do Congresso. “Vamos discutir, ainda esse ano, um projeto para
criminalizar pesquisas que não batam com o resultado das eleições ou que fiquem
fora da margem de erro, com cadeia e multa”, detalhou. ( Fonte R 7 Noticias
Brasil)
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