Estão sendo compartilhados nas redes relatos de africanos que tentam sair do país, mas são barrados na fronteira.
O encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil,
Anatoliy Tkach, negou, nesta segunda-feira (28), que haja ação por parte de
autoridades policias na fronteira do país que priorizem pessoas brancas em
detrimento das negras. Em meio à corrida por parte de cidadãos ucranianos e
imigrantes para sair da Ucrânia, negros, em especial africanos, estão relatando
racismo no tratamento dado por autoridades ucranianas, e falando sobre
dificuldades enfrentadas ao tentar sair do país.Questionado pelo R7, Anatoliy Tkach afirmou
que o Ministério das Relações Exteriores pediu para que todas as autoridades
deem maior apoio aos estrangeiros, negou racismo e falou em "campanha de
desinformação"."Acredito que as autoridades ucranianas não tenham
preconceito e estão dando esse apoio a todos, sem depender da cor da pele. Eu
acho que isso pode ser uma campanha de desinformação, por isso penso outra vez
que deve-se procurar a confirmação nas fontes de confiança", disse.Por
meio da hashtag #africansinukraine (africanos
na Ucrânia), estão sendo compartilhados relatos de que haveria uma segregação
racial cometida por autoridades policiais. Vídeos e fotos estão sendo
publicados nas redes sociais acusando as autoridades de promoverem uma
diferenciação, dando prioridades à população ucraniana e deixando imigrantes
negros para trás. A imprensa internacional também tem repercutido informações
que apontam para esta segregação. Um dos usuários do Twitter que tem publicado
informações sobre este tratamento (@nkekiev) escreveu nesta segunda-feira (28) que, na
fronteira com a Polônia, oficiais ucranianos não deixaram indianos e africanos
entrarem, e afirmaram que eles deveriam ir para a fronteira com a Romênia.
"Até os nigerianos começarem a gritar racismo, eles tiveram que
repensar", explicou. Segundo ele, africanos estavam há dois dias
tentando cruzar esta fronteira, mas as autoridades ucranianas não permitiam.
"Estão segregando. Ucranianos do outro lado, africanos e outros
estrangeiros do outro lado. Como 100 ucranianos primeiro, depois dois africanos
e outros estrangeiros", escreveu. O governo da Nigéria já comentou
a questão nas redes sociais. "A partir de evidências de vídeo, relatórios
e de pessoas em contato com funcionários consulares nigerianos, houve relatos
infelizes de policiais e seguranças ucranianos se recusando a permitir que
nigerianos embarcassem em ônibus e trens em direção à fronteira
Ucrânia-Polônia. Em um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, uma
mãe nigeriana com seu bebê foi filmada sendo fisicamente forçada a ceder seu
assento para outra pessoa", pontuou. A organização internacional
União Africana publicou um
comunicado nesta segunda-feira (28) dizendo que está
acompanhando de perto a situação na Ucrânia e que seus membros estão
"particularmente perturbados com os relatos de que os cidadãos africanos
do lado ucraniano da fronteira estão a ser recusados o direito de atravessar
a fronteira em segurança".No comunicado, o atual presidente da União
Africana e do Senegal, Macky Sall, e o presidente da Comissão da União
Africana, Moussa Faki Mahamat, frisaram que todas as pessoas têm o direito de
cruzar as fronteiras internacionais durante o conflito, e que devem gozar dos
mesmos direitos de atravessar com segurança, independentemente de sua
nacionalidade ou identidade étnico-racial."Relatos de que os africanos são
escolhidos para inaceitável tratamento desigual seriam chocantemente racistas e
violariam o direito internacional. A este respeito, os presidentes incitam todos
os países a respeitarem o direito internacional e a mostrarem a mesma empatia e
apoio a todas as pessoas que fogem da guerra, independentemente da sua
identidade racial", frisaram.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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