Alta de 0,3% da moeda norte-americana ocorre com
apreensão por relatório de emprego dos Estados Unidos.
O dólar passava a subir frente ao real nesta sexta-feira (7), a
caminho de encerrar a primeira semana de 2022 em alta, com agentes do mercado
aguardando a divulgação de um importante relatório de emprego dos Estados
Unidos, que tem potencial de reforçar expectativas de aumentos de juros
antecipados na maior economia do mundo.Às 9h49 (de Brasília), o dólar à vista
avançava 0,31%, a R$ 5,6977 na venda, abandonando perdas registradas no início
da sessão. Na B3, às 9h49 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro
vencimento subia 0,22%, a R$ 5,727. Com esse desempenho, a moeda spot ficava a
caminho de encerrar a semana em alta de mais de 2%, depois de ter fechado o
último pregão de 2021 em R$ 5,5735 na venda. A divisa norte-americana fechou a
quinta-feira em queda de 0,57%, a R$ 5,6802 na venda.Os dados do Departamento
do Trabalho norte-americano, que serão divulgados às 10h30 (horário de
Brasília) desta sexta-feira, devem mostrar a abertura de 400 mil vagas de
trabalho no mês passado, de acordo com pesquisa da Reuters junto a economistas.
Se o resultado corresponder às expectativas, um total de 6,5 milhões de postos terão
sido criados em 2021.Caso a leitura forte seja confirmada, deverá intensificar
apostas num aumento de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA, já
em março deste ano, perspectiva que foi impulsionada nesta semana pela
divulgação da ata da última reunião de política monetária da instituição. O
documento revelou maior preocupação com a inflação elevada por parte das
autoridades do Fed, que também enxergam condições de aperto no mercado de
trabalho, o que justificaria aumento nos custos dos empréstimos antes do
esperado e, posteriormente, redução do balanço do banco."A ata do Fed para
a reunião de dezembro foi 'hawkish' (mais dura em relação à inflação) e riscos
menores relacionados à variante Ômicron significam que o Fed pode ser ainda
mais 'hawkish' agora", disse o Citi em relatório divulgado na madrugada
desta sexta-feira (no horário de Brasília)."Com os rendimentos dos Estados
Unidos provavelmente subindo com a aproximação do aumento de juros pelo Fed,
esperamos um câmbio de mercados emergentes mais fraco" no início de 2022,
acrescentou o credor norte-americano.Custos de empréstimos mais altos nos EUA
elevam a atratividade dos títulos soberanos do país, o que tende a aumentar o
fluxo de recursos para lá e, consequentemente, apoiar o dólar frente a moedas
mais arriscadas.No Brasil, entretanto, o real pode "continuar a se
beneficiar de um 'carry' (taxa de retorno oferecida pela moeda) mais alto na
esteira de um ciclo de elevação de juros que foi mais rápido do que a média dos
mercados emergentes", disse o Citi, ainda que riscos como a desaceleração
do crescimento e a deterioração fiscal continuem no radar.A taxa Selic está
atualmente em 9,25% ao ano, depois de ser elevada ao longo de 2021 ante uma
mínima histórica de 2% atingida durante a pandemia de Covid-
Nenhum comentário:
Postar um comentário