Medicamento usado para interromper gestações de até 10
semanas pode ser enviado após teleconsultas com médicos.
A FDA, agência do governo norte-americano responsável por
alimentos e remédios, anunciou nesta quinta-feira (16), que pacientes poderão
receber um medicamento abortivo pelo correio, em vez de exigir que elas
compareçam pessoalmente para retirar as pílulas em centros de saúde
certificados.A decisão envolve principalmente a mifepristona, um remédio
usado para interromper gerações de até 10 semanas. Com isso, as pacientes não
precisarão ir até uma clínica e poderão receber o remédio após passar por uma
consulta de telemedicina com profissionais autorizados. A agência já havia
reduzido as restrições de comparecimento pessoal para o remédio, mas a partir
de agora essa decisão terá caráter permanente. A medida certamente levará a
novas batalhas jurídicas em estados mais conservadores.Em 19 deles, localizados
no Sul e Meio-Oeste dos EUA, as consultas remotas para fins de aborto já são
proibidas e possivelmente eles farão leis para limitar o acesso liberado pela
FDA.Segundo um levantamento citado pelo New York Times, seis estados proibiram
o envio de pílulas pelo correio, outros sete aprovaram leis que exigem que os
remédios sejam entregues pessoalmente e outros quatro determinaram que abortos
com usos de remédios só podem acontecer em prazos inferiores ao de 10 semanas.Atualmente,
o que as mulheres que moram nos estados com governos anti-aborto têm feito para
driblar a legislação é viajar até estados que liberam o procedimento. Mesmo que
não vão a uma clínica, elas podem fazer a teleconsulta até mesmo dentro do
carro e depois receber as pílulas em qualquer endereço dentro do estado.NúmerosSegundo dados dos Centros de Controle e Prevenção
de Doenças dos EUA (CDCs), 42% de todos os abortos realizados nos EUA em 2019 —
e 54% dos feitos antes de 10 semanas de gestação — foram à base de
medicamentos. O órgão ainda não tem fechadas as estatísticas de 2020. Os
números também mostram que 79% de todas as interrupções de gravidez foram antes
de 10 semanas.Um projeto piloto liberado pela FDA com teleconsultas e envio das
pílulas por correspondência registrou que, de 1.157 abortos realizados por meio
do programa entre maio de 2016 e setembro de 2020, 95% aconteceram sem a
necessidade de nenhum atendimento médico posterior. Apenas 70 atendimentos
médicos e 10 casos com complicações mais graves foram registrados, segundo o
relatório final.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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