ONG analisou imagens de satélite e coletou testemunhos
de 23 punições desse tipo praticadas durante a era Kim Jong-um.
A Coreia do Norte continuou praticando execuções públicas nos
últimos anos, mas tenta fazer isso de forma mais discreta para evitar
vazamentos para o exterior que possam prejudicar ainda mais a imagem do regime,
revelou o Transitional Justice Working Group (TJWG), uma organização com sede
em Seul.O TJWG analisou imagens de satélite e coletou informações de
testemunhas de 23 execuções públicas praticadas durante a era Kim Jong-un. Ele
assumiu o poder há uma década, após a morte do pai, em dezembro de 2011. As
testemunhas, que fugiram da Coreia do Norte, relataram que as execuções haviam
ocorrido em locais fortemente vigiados pelas autoridades para impedir que
alguma informação vazasse, afirmou o TJWG em um relatório divulgado nesta
quarta-feira (15)."Nos últimos anos, a Coreia do Norte parece estar
selecionando estrategicamente lugares distantes da zona fronteiriça para
cometer esses assassinatos", disse a ONG, que tenta documentar os abusos
dos direitos humanos e fazer justiça às vítimas."A supervisão e o controle
do público reunido nesses eventos são reforçados para evitar que a informação
das execuções públicas vaze para fora do país. Nossas descobertas sugerem que o
regime de Kim presta mais atenção às questões de direitos humanos como resposta
ao aumento do escrutínio internacional", completa.Os testemunhos desses
dissidentes são praticamente impossíveis de ser verificados de forma
independente devido ao rígido controle da Coreia do Norte sobre o acesso à sua
população e a seus arquivos.Ahyeong Park, a principal autora do relatório,
observa que a organização avaliou cuidadosamente a consistência desses
depoimentos e selecionou apenas os mais confiáveis. Pyongyang é há tempos
acusada de cometer assassinatos de Estado para infundir o medo na população.
Seu líder já condenou no passado alguns assessores de alto escalão, como seu
poderoso tio Jang Song Thaek, em 2013.A Coreia do Norte garante respeitar os
direitos humanos e afirma que são "mentirosas" as acusações feitas
pelos dissidentes.Segundo o informe do TJWG, sete das execuções se deveram à
distribuição de vídeos procedentes da Coreia do Sul. Esse material é proibido
na Coreia do Norte.A organização relata ainda que o fechamento quase total das
fronteiras da Coreia do Norte durante a pandemia reduziu de forma significativa
as informações procedentes do país. Isso dificultou o processo de documentação
dos abusos de direitos humanos que possam ter sido cometidos nesse período.Outra
ONG, a Human Rights Watch, acusou Kim, nesta quinta-feira (16), de "isolar
o país mais do que nunca" com "medidas desnecessárias e
extremas".( Fonte R 7 Noticias Internacional)
Nenhum comentário:
Postar um comentário