Pandemia reduz expectativa de vida e pode afetar aposentadorias.
Estudo da Universidade de Harvard aponta que brasileiros nascidos em
2020 têm a esperança de viver até os 74,8 anos.
A pandemia
do novo coronavírus, que assola a população e a economia
mundial há mais de um ano, pode trazer um gosto amargo aos regimes de
previdência ao longo dos próximos anos com a redução das expectativas de vida.De
acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade de Harvard, os
brasileiros nascidos em 2020 têm a esperança de viver até os
74,8 anos. A idade é inferior aos 76,6 estimados pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019 e, se confirmada,
representaria um recuo ao patamar de 2013. "O impacto negativo na
qualidade de vida, acesso básico à saúde, educação, acesso dificultoso ao
mercado de trabalho e, por consequência, a redução da expectativa da vida, fará
com que a população nascida em tempos de pandemia sofra ainda mais para obter
uma aposentadoria", avalia Evelyn dos Santos Almeida, do escritório
Ferrareze e Freitas Advogados. O atuário e consultor de previdência
Newton Conde, por sua vez, estima que a eventual redução da expectativa de vida
deve trazer pouco impacto em relação ao INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) e aos planos de seguradoras e fundos de pensão. "A queda da
expectativa de vida envolve mais previdência privada e, eventualmente, de
servidores dos Estados e municípios, o que não tem um efeito muito
drástico." "Quem está se filiando à Previdência não tem mais o fator
previdenciário e aqueles que já estavam inscritos têm uma forma de
transição", aponta Conde ao citar que o dado é calculado com base no
Censo. "Pode ser até que o IBGE adote alguma proporcionalidade, mas não há
nem dinheiro para fazer o Censo", observa ele. Evelyn explica que, com as
regras impostas pela reforma da previdência, a influência no fator
previdenciário com a redução da expectativa de vida aos segurados que se
encontram na regra de transição poderiam contar com um leve aumento no valor do
benefício. Assim, Conde destaca que o cálculo de expectativa de vida pode
alterar mais diretamente os seguros de vida e benefícios assistenciais.
"Você tem mais óbitos do que acontece normalmente e esses regimes só
observam o ano para calcular a quantidade de óbitos", explica o
especialista. Arrecadação Outro
reflexo perverso da pandemia no sistema de aposentadorias pode aparecer na
arrecadação do Regime da Previdência, que tende a diminuir com o aumento no
número de desempregados no Brasil, que somam mais de 14 milhões.
“A crise provocada pela pandemia pode dificultar a arrecadação em razão do
desemprego, mas não pode ser usada como justificativa para alegação de déficit
na previdência, ou ainda, de uma nova reforma”, aponta Evelyn. Para Conde, os
efeitos da pandemia afetaram diretamente os empregos e a capacidade dos
segurados de manter a contribuição ao INSS após perderem a colocação
profissional. “O sujeito contribui ‘em dobro’ para não perder a qualidade de
segurado, mas a situação muitas vezes é tão precária que não se tem dinheiro
nem para comer”, avalia ele ao confirmar que já foi comprovado que a
Previdência teve uma queda de arrecadação durante a pandemia. Os gastos
com a Previdência respondem pelo maior rombo nas contas do governo central, que fechou fevereiro com déficit de R$
21,2 bilhões, dos quais R$ 18,602 bilhões correspondiam às
despesas com o sistema de aposentadorias.( Fonte R 7 Noticias Brasil)
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