País luta contra a queda do número de turistas na ilha, uma das
principais fontes de renda da nação com as sanções dos EUA.
A população de Cuba está convivendo com apagões diários, além
dos baixos estoques de comida, remédio e combustível, forçando os cubanos a
enfrentarem longas filas em postos, farmácias e mercados. Em alguns casos, o
povo passou a recorrer ao mercado ilegal para ter itens básicos. Houve
pequenos protestos isolados neste verão do hemisfério norte e mais de 150 mil
cidadãos cruzaram a fronteira dos EUA com o México desde outubro, segundo o
governo norte-americano. "Todos os cubanos da ilha estão sofrendo
as consequências da situação econômica", disse Daniel Rech Companioni,
morador de Havana, segundo a Reuters. "Mas, realmente, a situação é
crítica. Com falta de energia, escassez de alimentos — coisas básicas e
elementares que um cidadão deve ter", disse. Após décadas de
declínio devido a problemas de gestão e escassez de oferta, a produção de
açúcar deste ano foi metade do planejado e a menor desde o século 18. O
ministro da Economia de Cuba, Alejandro Gil, disse que a inflação foi de
77% no ano passado e 28% até junho deste ano. Especialistas independentes
disseram que o índice atingiu três dígitos em 2021. O setor chave do
turismo ainda sofre. Os turistas dos EUA estão tendo dificuldades para chegar a
Cuba por causa das restrições impostas pelo governo às viagens à ilha, enquanto
outros visitantes estão cautelosos devido à crise e aos protestos do ano
passado. Foram cerca de 700 mil visitantes estrangeiros no ano até junho, bem
abaixo do que é necessário para atingir a meta de 2,5 milhões para o ano.
O ministro da Economia disse nesta quinta-feira (21) que a economia cresceu
10,9% até março em comparação com o mesmo período de 2021, quando ficou “quase
paralisada” pela pandemia de Covid-19. A economia de Cuba começou a se
recuperar dos efeitos da pandemia e deve crescer 4% este ano, disse o ministro
da Economia, embora a maioria dos cubanos tenha visto poucos sinais de alívio
da escassez de alimentos e energia. “O objetivo é a recuperação gradual
da economia para atingir os níveis de atividade que tivemos em 2019”, disse Gil.
O economista cubano Omar Everleny disse que não descartou um crescimento de 4%
este ano, mas que as contínuas sanções dos EUA, a pandemia, a crescente
inflação internacional e a guerra na Ucrânia o levaram a duvidar disso. A
economia de Cuba depende das importações, disse Everleny, mas o país tinha
pouco dinheiro e custos crescentes de combustível, alimentos e transporte,
minando seus esforços para se recuperar. "A realidade é que a economia
está muito pior do que no ano passado. Por isso, é muito difícil para mim
pensar que os 4% serão atingidos", disse.( Fonte R 7 Noticias
Internacional)
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