A mãe e os dois irmãos
vivem no país caribenho e as informações chegam apenas pelo contato de pessoas
conhecidas.
O
passar das horas nunca foi tão angustiante quanto neste momento para a haitiana
Beatrice Acelin, de 36 anos, que há sete anos migrou para o Brasil e mora em
Toledo, no Paraná. Desde a última quarta-feira (11), três dias antes do terremoto
de magnitude 7,2 que devastou o Haiti e provocou a morte de mais de 2 mil
pessoas,
ela não tem contato com a mãe e os dois irmãos, que vivem na capital Porto
Príncipe, a cerca de 160
quilômetros do epicentro do terremoto. Para a sorte de Beatrice, ela conseguiu
contato com um amigo da família, que mora perto de seus parentes e ligou para
avisar que eles estavam vivos. Levou horas, no entanto, para que ela pudesse
ter qualquer notícia deles e não há previsão de quando será o próximo
telefonema. "Quero muito poder falar com a minha família e ouvir deles que
eles estão bem. Eu não sei o que se passa com o celular deles, não sei o que
pode ter ocorrido", afirma. A haitiana conta que, no último sábado (14),
estava saindo da igreja quando recebeu um telefonema do marido e foi
surpreendida pela notícia. Assim que soube do terremoto, lembrou da mãe, de 61
anos, que há dois meses sofreu um AVC e perdeu o movimento do lado esquerdo do
corpo. Mesmo sem contato com seus familiares, a imigrante sabe que a situação
no país é "delicada" e teme que eles não recebam o amparo necessário,
caso precisem. Beatrice imagina que o sistema
de saúde do país — que, segundo ela, não é tão eficiente assim —, não deva
estar dando conta dos feridos, que já passam de 12 mil. "Eu vi foto
de uma pessoa que o pé estava por um fio de cair, fiquei sabendo de uma igreja
que desabou durante um batizado e provocou a morte de todo mundo que estava
dentro. A casa do irmão de um conhecido meu também desmoronou, mas, graças a
Deus, ele e sua família saíram vivos", diz. Terremoto de 2010 Beatrice lembra que
esta não é a primeira vez que sua família vivencia um desastre humanitário do
gênero no Haiti. Ela ainda vivia no país no terremoto de janeiro de 2010, um
dos episódios mais trágicos da história da ilha caribenha e que não tinha sido
superado pela população local. A haitiana conta que, naquele dia, sentiu
a casa toda tremer e, por alguns instantes, temeu que a estrutura desabasse
sobre sua cabeça. Na época, a mãe ficou efetivamente desabrigada e teve que
encontrar forças para se reerguer. "A situação no Haiti é muito difícil.
Sonho com o dia em que poderei trazer minha família para morar comigo no Brasil
junto ao meu marido e filhos [um menino de seis anos e uma menina de um
ano]", afirma. Operadora de máquina em uma indústria têxtil e
moradora de aluguel, ela acredita, no entanto, que este dia ainda não deva
ocorrer tão já. Por agora, a prioridade da imigrante é conseguir entrar em
contato com a família o mais rápido possível e confirmar que eles estejam vivos,
bem e seguros. Ela faz um apelo às pessoas do mundo todo e às organizações
internacionais que não poupem esforços para ajudar o país e façam tudo aquilo
que estiver ao seu alcance. "Toda ajuda é bem-vinda", diz.( onte R 7
Noticias Internacional)
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