Bangladesh e Mianmar retomam
tratativa sobre repatriamento de rohingyas.
Negociação mediada pela China busca
facilitar retorno de 850 mil rohingyas refugiados em Bangladesh desde 2017.
Bangladesh
e Mianmar reiniciaram
na terça (19) as negociações sobre o repatriamento da minoria étnica rohingya
após um ano de interrupção, confirmou a Radio Free Asia.
As tratativas contam com a mediação da China. Os dois lados discutiram a
possibilidade de uma nova tentativa de repatriação aos refugiados entre abril e
junho deste ano. Mas para que isso aconteça, o governo bengali pediu a Mianmar
a “criar condições” para o retorno da população ao país. Estima-se que cerca de
850 mil refugiados
rohingya se deslocaram para Bangladesh desde 2017. O fluxo de
migração começou depois que militares
birmaneses iniciaram uma ação deliberada de “limpeza étnica” contra
rebeldes da etnia, de religião muçulmana. “Enfatizamos novamente a necessidade de criação de um ambiente
propício à repatriação rohingya, o que passa pela repatriação voluntária”,
defendeu o secretário de Relações Exteriores de Bangladesh, Masud Bin Momen. Momem
defendeu que Mianmar agilizasse a verificação de refugiados rohingya como
pré-requisito ao retorno. Conforme o governo bengali, apenas 42 mil refugiados
foram repatriados nos
últimos três anos. O governo birmanês rejeitou a possibilidade de realizar a
repatriação até a metade do ano. A única possibilidade seria no segundo
trimestre devido a necessidade de “arranjos logísticos”, relatou Momen. Interlocução desde 2017 A China media
a repatriação dos refugiados rohingya desde o final de 2017. Mianmar tentou
iniciar o processo em novembro de 2018 e agosto de 2019, mas sem sucesso. Desde
então, a população vive sob extrema pobreza nos
campos de Bangladesh, como o Cox’s Bazar,
o maior assentamento de refugiados do mundo. A grande maioria depende de ajuda humanitária
para ter acesso a alimentos e saúde. Após a reunião, presidida pelo
vice-ministro das Relações Exteriores da China, Luo Zhaohui, as partes
concordaram em realizar um novo encontro na primeira semana de fevereiro. Luo,
que evitou usar o termo “rohingya”, afirmou que a questão dos “deslocados de Rakhine é,
em última análise, bilateral”. A China também é acusada de perseguir
muçulmanos uigures na província de Xinjiang. Como parte da
marginalização dos rohingya, Mianmar se recusa a reconhecer sua identidade
étnica e conceder cidadania a essa população.( Fonte A Referencia Noticias
Internacional)
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