Copacabana amanhece com 'mar' de
peregrinos e filas para usar banheiros
Noite de vigília foi tranquila, segundo Guarda Municipal do Rio.
Público já aguarda a chegada do Papa Francisco para missa às 10h.
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Nas calçadas, na areia, no asfalto, em todo lugar da Praia de Copacabana era possível ver peregrinos dormindo, solitários ou em grupo, ao longo da madrugada deste domingo (28), último dia da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Eles vão acompanhar a missa do Papa Francisco a partir das 10h.
De acordo com guardas municipais consultados pelo G1 ao longo da Praia de Copacabana, na madrugada não foram registradas ocorrências graves, como brigas ou furtos. A equipe médica de prontidão em vários locais da orla atendeu apenas casos simples, como torções no tornozelo.
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O barulho daqueles que não cederam ao sono e cantavam e oravam pela praia ao longo da noite não incomodaram brasileiros e estrangeiros que dormiam em diversos pontos da praia e arredores do bairro carioca. Alguns até roncavam.
Na rua Figueiredo Magalhães havia um grupo de 300 espanhóis descansando em sacos de dormir e cobertas. Todos eram vigiados pelo jovem Javier Escobar, de 18 anos, morador de Málaga. Ele disse que ninguém teve problemas nesta noite, nem mesmo com a alimentação. Lojas de fast-food em Copacabana permaneceram lotadas ao longo da noite.
Fila nos banheiros
Durante a madrugada não havia grandes filas nos banheiros químicos, até porque a maioria dos fiéis dormia. Mas a partir do amanhecer, a situação mudou. A partir das 6h se formaram filas com até 200 pessoas para utilizar as cabines instaladas na praia.
No entanto, segundo o público a situação de higiene destes banheiros não era boa. Em alguns pontos o mau cheiro era predominante, o que fez muita gente desistir de utilizá-los, caso da estudante Thaynara Felix, de 14 anos, de Itaguaí (RJ).
"A gente passa em frente e já sente o cheiro. A última vez que fui ao banheiro foi antes das 22h, em um shopping, e agora só volto em algum depois que amanhecer", disse ela, por volta das 4h30 deste domingo.
O G1 presenciou alguns peregrinos urinando na areia da praia, mesmo com banheiros disponíveis. Havia também quem escovasse os dentes na praia, caso de um grupo do Gabão, que não achou outra solução senão fazer a higiene bucal na rua.
Experiência de vida
Dormir no chão e ao relento fez um grupo de peregrinos de Sao Paulo e Manaus pensar na situação dos moradores de rua, que, segundo eles, enfrentam todos os dias este desafio.
"Faz a gente perceber como eles se sentem, dormindo no chão duro, enfrentando o frio com cobertores que não esquentam. Isso faz com que valorizemos mais aquilo que temos", disse Nadir dos Santos, 55 anos.
Uma caravana de brasileiros do Tocantins, Maranhão e Pará sofreu com a temperatura de 17 C que fez na madrugada deste domingo no Rio.
Acostumados com o forte calor que faz no Norte e Nordeste, eles estranhavam ao ver o público andar de camiseta pela rua, enquanto eles tentavam se enrolar em cobertores e sacos de dormir.
"A gente tirou um cochilo de quatro horas apenas. Já estávamos preparados para este tipo de coisa, mesmo o frio. Está tudo legal, só não está mais porque está acabando" disse Wanderson Antonio Santos, 26 anos, morador de Palmas (TO).
Nas areias, caminhos foram feitos para separar "os lotes" de peregrinos do acesso ao mar, uma forma criativa de logística e que permitia a movimentação sem incomodar aqueles que dormiam.
Assim que os primeiros raios de sol surgiram, uma multidão se levantou e começou a caminhar pela Avenida Atlântica, no intuito de conseguir comida e água.
Segundo o sul-africano Warrym Fayard, 21 anos, a vigília em Copacabana foi a melhor experiência que ele já teve na vida. " Ver milhões de católicos juntos aqui é uma coisa maravilhosa", disse ele ao G1. Ele rezava o terço na beira da praia, contemplando o amanhecer.(fonte G1)
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