Polícia mata irmãos terroristas Kouachi após caçada na França
Eles estavam escondidos em uma gráfica ao nordeste de Paris. E são responsáveis pelo massacre na sede do jornal satírico Charlie Hebdo.
A França viveu, nesta sexta-feira (9), mais um dia de tensão e tragédia. Sete pessoas morreram em dois cercos da polícia a terroristas. Doze pessoas foram assassinadas há dois dias na sede do jornal Charlie Hebdo.
O fim da maior caçada policial da história da França começou a se desenrolar na madrugada desta sexta-feira. A polícia buscava os irmãos Cherif e Said Kouachi no Nordeste da França, depois que eles foram identificados ao assaltar um posto de gasolina na manhã de quinta-feira (8).
Em fuga há dois dias, os terroristas decidiram trocar de carro e roubaram um veículo em Montangy. O motorista reconheceu os terroristas e deu o alerta.
A fuga dos irmãos Kouachi terminou a 45 quilômetros de Paris na direção do aeroporto Charles de Gaulle. Eles foram localizados, se entrincheiraram e fizeram refém. Disseram que preferiam morrer a se entregar. Foram mortos e o refém liberado.
Depois de uma perseguição e troca de tiros, os irmãos entraram no galpão de uma gráfica em Dammartin-En Goele, fazendo um refém. A polícia francesa cercou o local às 8h45 no horário local, 5h45 no horário de Brasília.
Moradores da região receberam orientação para ficar em casa e crianças foram retiradas das escolas. No aeroporto Charles de Gaulle, as rotas de pouso e decolagem foram modificadas para liberar o espaço aéreo para os helicópteros da polícia.
A imprensa era mantida à distância. Os policiais começaram a negociar com os sequestradores. Por telefone, eles declararam que preferiam morrer como mártires.
Mas sem que os terroristas soubessem, um funcionário da gráfica continuava no prédio. Escondido, ele passou à polícia informações fundamentais sobre a localização dos assassinos.
O grupo de intervenção da polícia nacional francesa começava a preparar a ação para invadir a gráfica. Atiradores de elite ocuparam o telhado do prédio. Depois de mais de oito horas de cerco, às 17h hora local, as primeiras explosões: bombas de efeito moral.
Os irmãos Kouachi saíram atirando e feriram um policial. A troca de tiros durou 30 segundos e acabou com os terroristas mortos.
Depois do fim da operação, surgiu a informação de que o homem libertado na gráfica não era um refém. Na verdade, era o funcionário que havia se escondido dos terroristas.
Uma rede de televisão francesa conseguiu durante este período fazer uma entrevista com um dos irmãos terroristas e ele fez questão de dizer, de maneira bem clara, que era financiado e pertencia à rede Al-Qaeda do Iêmen. Ele falou isso como uma espécie de pagamento de dívida, uma demonstração a quem ele estava de serviço.