Ataque a petroleiro na Árabia
Saudita aponta aumento de tensão com Irã
Não houve
reivindicação do ataque, mas governo saudita atribui atentado a houthis
iemenitas ligados a Teerã. O ataque de uma embarcação com explosivos a um
petroleiro de Singapura ancorado na cidade saudita de Jidá, na segunda (14),
abre mais um capítulo da tensão entre o Irã e
Arábia Saudita. Os 22 tripulantes do petroleiro – incluindo cidadãos de
Filipinas, Índia, China e Romênia – conseguiram conter o
incêndio e saíram ilesos, afirmou a empresa mantenedora da frota. Há risco de vazamento de óleo. Apesar de nenhum grupo
ter reivindicado o ataque, políticos do reino
saudita já acusam a ação como “terrorista”. Segundo Riad, é provável que
rebeldes houthis do Iêmen, alinhados ao Irã, tenham orquestrado o atentado. As
alegações alavancam ainda mais a tensão no Oriente Médio desde a morte
de um dos principais cientistas nucleares da república islâmica, Mohsen Fakhrizadeh, em 27 de novembro. O governo iraniano luta ao lado dos
houthis contra a coalizão militar liderada pelos sauditas em uma guerra civil desde 2014. Apesar do Irã
negar o envolvimento no ataque ao afirmar que “não controla” os houthis, a
manobra gera preocupação. Especialistas apontam que a escolha da arma e do alvo
– a pouco mais de 1,1 quilômetro de distância – indica um “papel iraniano” no
ataque, ainda que a ação tenha sido dos houthis. “É uma mensagem sutil para os
EUA”, disse o diretor do Center for Global Policy, Kamran Bokhari. “Demonstra
que os iranianos têm poder para se projetar não apenas no Estreito de Ormuz, mas também no outro lado
da Arábia Saudita”. Respostas e contra-ataques O ataque também seria uma
resposta à pressão pública sobre o governo iraniano após a morte de Fakhrizadeh
e do major-general Qassem Soleimani. O comandante foi morto em
um ataque de drones norte-americanos em janeiro. A atmosfera no Oriente Médio
se tornou mais nebulosa desde as rodadas de negociação dos EUA à restauração de relações dos países
arábes com Israel. Em troca, Washington oferece recursos militares
– e aumenta o isolamento do Irã desde a retirada unilateral do acordo nuclear,
em 2018. Aliados aos EUA, os sauditas fecharam o porto de Jeddah por tempo
indeterminado. O reino já trabalha com cautela redobrada desde o incidente,
disseram autoridades ao norte-americano “The Wall Street Journal”.(Fonte A
Referencia Noticias Internacional)