Acordo autorizado por Trump retoma exportações de semicondutores avançados para a China e pode render mais de US$ 2 bilhões.
Medida insere o governo norte-americano como parceiro direto das empresas em operações estratégicas no mercado chinês. A Nvidia planeja compartilhar 15% da receita obtida com as vendas do chip H20 na China, enquanto a AMD entregará a mesma porcentagem das vendas do modelo MI308, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, pelo The New York Times e pelo Financial Times, sob condição de anonimato. Na sexta-feira, o Financial Times informou que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos começou a emitir licenças para a venda do H20, após o CEO da Nvidia, Jensen Huang, reunir-se na quarta-feira anterior com o presidente Donald Trump na Casa Branca. O acordo para retomar as exportações de chips avançados para a China pode gerar mais de US$ 2 bilhões aos EUA. Antes das restrições, a Nvidia vendia cerca de US$ 15 bilhões em H20 para o mercado chinês, enquanto a AMD projetava US$ 800 milhões com o MI380. Fontes oficiais citadas pelo jornal britânico afirmam que a administração Trump ainda não decidiu como utilizar os recursos desses acordos, que, na prática, tornam o governo parceiro das duas empresas em suas operações na China. Há um mês, a Nvidia obteve permissão para vender seus chips mais avançados no país asiático, mas ainda não possuía as licenças para o H20, tecnologia essencial para o desenvolvimento de inteligência artificial. No caso da AMD, o acordo envolve principalmente o MI308, cuja venda para a China está proibida desde abril e que, assim como os chips da Nvidia, é fundamental para data centers que treinam modelos de IA em larga escala. O governo Trump havia congelado a venda desses semicondutores no início do ano, em meio à escalada das tensões comerciais entre EUA e China. Um porta-voz da Nvidia disse que a empresa cumpre as regras de exportação e espera que as normas permitam continuar competindo no mercado chinês. A AMD não comentou. Na semana passada, Trump declarou que o setor de semicondutores pagará tarifas de 100% se não investir nos EUA, medida que fabricantes como a taiwanesa TSMC já se comprometeram a atender. O anúncio ocorre pouco antes do fim, na próxima terça-feira, da trégua de 90 dias que buscava evitar uma guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo. O formato do acordo lembra a negociação feita com a japonesa Nippon Steel na compra da US Steel, que inclui uma “ação de ouro” (golden share) garantindo poder de veto em questões de segurança nacional. O Wall Street Journal informou que o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, deve visitar hoje a Casa Branca, após Trump ter pedido sua demissão na semana passada por supostos vínculos com empresas chinesas — acusação feita pelo senador republicano Tom Cotton, que substituiu Marco Rubio na Comissão de Inteligência do Senado.(Fonte Tech ao Minuto Noticias)
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