Guerra deixou um rastro de morte e destruição, mas também uniu a
população em torno de um inimigo em comum: Vladimir Putin.
Na praça Maidan, a principal de
Kiev, a capital da Ucrânia, milhares de bandeirinhas azuis e amarelas
representam os mortos na guerra. Em duas placas, com inscrições em ucraniano e
em inglês, está escrito: "Ucranianos e estrangeiros assassinados por
Putin".A invasão completa um ano neste 24 de fevereiro. Naquele momento, o
mundo assistiu estarrecido às tropas russas chegarem a poucos quilômetros de
Kiev, deixando um rastro de morte e destruição por onde passaram. Por uma
semana, a equipe da Record TV esteve na
Ucrânia, viu de perto como está a vida em meio à guerra e conversou com dezenas
de ucranianos — pessoas comuns que tiveram a vida afetada para sempre pela
violência da invasão.São histórias tocantes, como a do advogado de 59 anos, avô
de duas crianças, que foi convocado para a guerra e ferido em batalha e hoje
luta para se recuperar das sequelas.Também encontramos um serralheiro que tinha
uma pequena oficina em Makariv, cidadezinha a 56 quilômetros de Kiev que foi
explodida por uma bomba. Desolado, ele conta que ainda não tem dinheiro para
retomar o negócio. E a professora de literatura que ficou com a mãe idosa e a
filha pequena durante uma semana em um porão, em uma cidade tomada por soldados
e tanques russos.Há também o triste caso do técnico de engenharia de Mariupol,
cidade devastada pelos russos, no extremo leste, que há dez meses mora com a
mulher e a filha pequena em um contêiner de 12 metros quadrados em Lviv, a mais
de 1.200 quilômetros da casa em que viveu a vida inteira e para a qual não sabe
se um dia poderá voltar.De Lviv, no oeste do país, à capital, Kiev, o
sentimento é o mesmo: dor, revolta e incerteza com uma situação que eles não
esperavam e jamais imaginavam vivenciar.Por mais de uma vez, ao perguntarmos o
que fazer para acabar com a guerra, a resposta foi direta: matar o presidente
russo. Se o plano era conquistar o apoio dos ucranianos, o fracasso é medido na
união do povo em torno de quem apontam como seu algoz.O país invasor reivindica
territórios do leste que têm grande influência russa, incluindo a língua falada
por parte da população. Esse teria sido o pretexto para a invasão. Mas, para
quem perdeu a casa destruída por uma bomba ou parentes na frente de batalha, ou
teve que deixar a cidade onde passou toda a vida, não há justificativa nem
perdão.As batalhas no leste e as constantes ameaças veladas ou diretas de uma
nova ofensiva deixaram o clima tenso nesta semana em que a guerra completou um
ano. Barricadas, bloqueios nas estradas e nas cidades e alguns alertas de
mísseis já foram incorporados à rotina do povo ucraniano, que tenta seguir uma
rotina em meio à guerra.Em Kiev, cidade com 3 milhões de habitantes, é visível
a tentativa de se adaptar e continuar a viver em tempos de guerra. Pessoas vão
e voltam do trabalho ou da escola de ônibus ou metrô, há engarrafamento no fim
do dia, e restaurantes e bares funcionam normalmente, mas têm que fechar às
23h, por causa do toque de recolher.Até o campeonato de futebol ucraniano foi
retomado, porém com um aspecto peculiar: o jogo é interrompido com o alerta das
sirenes de ataque aéreo. Os jogadores vão para o abrigo e, quando o alerta
cessa, a partida é retomada.Em meio à tentativa de seguir adiante, os estragos
dos ataques dos russos ainda são visíveis em Kiev e nas cidades que circundam a
capital da Ucrânia. Uma imagem impressiona: as ruínas da ponte que liga a
cidade de Irpin a Kiev, bombardeada pelos invasores. Uma montanha de concreto e
aço retorcido sobre o rio Dnipro, que desenha na paisagem o cenário de guerra
que eles enfrentam desde o ano que passou.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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