Chilenos têm a maior crise hídrica de todo o Ocidente, sendo 76% de seu território afetado pela seca há uma década, diz Greenpeace.
O governador de Santiago, Claudio Orrego, anunciou nesta
segunda-feira (11) um plano de racionamento de água sem precedentes para a
capital do Chile em caso
de necessidade de corte de abastecimento, um cenário que as autoridades não
descartam em curto prazo, diante da grave seca que o país atravessa."Temos
que compreender a situação em que estamos. Já tivemos 12 anos de seca, portanto
há muitas possibilidades de termos esse tipo de situação", disse Orrego em
entrevista coletiva. O protocolo estabelece quatro tipos de alerta dependendo
da emergência, sendo o mais grave o "alerta vermelho", que permitiria
interrupções rotativas de no máximo 24 horas. O racionamento afetaria
mais de 1,5 milhão de pessoas das quase 8 milhões que vivem na região
metropolitana e que são abastecidas com água dos rios Mapocho e Maipo.Antes
disso, destacou o governador, podem existir outros três cenários: alerta verde,
que implica priorizar o uso das águas subterrâneas; alerta preventivo, que
exige a verificação de recursos, e alerta amarelo, implica na redução das
pressões de saída de água. Este plano entraria em vigor caso o governo
decretasse o racionamento de água, algo que no mês passado, o presidente chileno, Gabriel Boric,
não descartou a curto ou médio prazo, especialmente nas três áreas do leste de
Santiago que estão passando pela situação mais crítica.Segundo o presidente,
Las Condes, Lo Barnechea e Vitacura, três dos bairros mais ricos do país, são
os que mais irrigam, mas também os que mais consomem água, excedendo a média
mundial em quatro ou cinco vezes, segundo um estudo da Universidade do Chile.O
Chile é o país com a maior crise hídrica de todo o Hemisfério Ocidental e 76%
de seu território é afetado pela seca há uma década, segundo o Greenpeace. De
acordo com a DMC (Direção Meteorológica do Chile), 2021 foi o quarto ano mais
seco de que há registros e todas as regiões apresentaram déficit de 50% nas
chuvas, principalmente as da zona central, que abriga Santiago.Especialistas
atribuem a falta de água à escassez de chuvas, mas também ao regime de
propriedade da água, que está 80% em mãos privadas, principalmente de grandes
empresas agrícolas, mineradoras e de energia.Este sistema é baseado no Código
de Águas de 1981 — elaborado durante a ditadura de Augusto Pinochet —, uma
norma que deu direitos à água em perpetuidade e os transformou em bens
comercializáveis.( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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