Pandemia descontrolada na Índia
ameaça vacinação contra Covid na África.
Governo indiano restringiu
exportações de doses, o que afeta o fornecimento de imunizantes destinados ao
consórcio Covax.
O contágio
descontrolado pela Covid-19 na Índia não afetará apenas o
sistema de saúde do país, mas deve atrasar a já lenta
distribuição global de vacinas – em especial do continente
africano. Conforme levantamento do diário “The New York
Times”, a maioria das nações da África depende das vacinas
produzidas pelo Instituto Serum
da Índia. Nova Délhi, porém, restringiu as
exportações das doses para lidar com a crescente demanda
doméstica. O problema é que instituto, sediado em Mumbai, é o principal
produtor de vacinas da iniciativa Covax,
mediada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e que destina doses a países
pobres. Até a Índia suspender as exportações, o Instituto Serum havia
destinado, sozinho, 60 milhões de doses do imunizante – 43,4 milhões para
países de baixa e média renda assistidos pela Covax, principalmente da África.
Agora, os controles de exportação indianos são a principal
restrição ao fornecimento do programa. Ainda antes da
paralisação, o continente africano tinha problemas no recebimento de vacinas,
processo mais lento na
comparação com outros continentes. Até a última quarta (21), apenas metade das
mais de 36 milhões de doses adquiridas de vacinas haviam chegado ao continente,
de 1,3 bilhão de habitantes. Panorama geral Do total,
apenas seis milhões de doses foram administradas em toda a África
Subsaariana – um número inferior a maioria dos estados dos EUA.
Países como Ruanda e Gana, os
primeiros a receber as remessas da Covax, já têm seus suprimentos iniciais
quase esgotados. Em Botsuana,
a vacinação foi suspensa em abril por falta de imunizantes. Até agora, dez países
africanos consumiram mais de dois terços dos suprimentos, disse a diretora
regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti. A força-tarefa da
UA (União Africana), que garantiu um financiamento para comprar 400
milhões de doses da Johnson & Johnson, não deve receber as vacinas até o
final de junho. Os países africanos, agora, passaram a recorrer a Rússia e China.
Ainda assim, o continente enfrenta uma intensa onda de casos. Os Centros
Africanos para Controle e Prevenção de Doenças relataram 2.155 mortes pelo
vírus na última sexta (23), mesmo com a precariedade nos
registros de óbitos. Enquanto países tentam lidar com os
imunizantes que já receberam, nações como Eritreia, Chade, Burundi,
Tanzânia e Burkina Faso ainda
não administraram qualquer vacina.(Fonte A Referencia Noticias Internacional)
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