Brasil é o grupo mais afetado pelas novas regras migratórias em Portugal, com 1.470 recusas de entrada.
O número de brasileiros barrados ao desembarcar em Portugal disparou em 2024, refletindo um endurecimento das regras migratórias no país europeu. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), divulgado na terça-feira, 1º, 1.470 brasileiros foram impedidos de entrar no território português no último ano. O crescimento, de 722% em comparação com os 179 casos registrados em 2023, coloca os brasileiros como o grupo mais afetado pelas novas restrições. No total, 1.727 estrangeiros tiveram a entrada negada em 2024, e os brasileiros representaram 85% desse contingente. A política migratória mais rígida adotada pelo governo português desde junho de 2024 teve impacto direto nos aeroportos. Antes, era possível regularizar a permanência no país por meio da chamada “manifestação de interesse”, mas essa alternativa foi encerrada. Com isso, muitos viajantes passaram a ser barrados já na chegada. A justificativa mais comum para a negativa de entrada foi a falta de explicação plausível para a viagem, responsável por 768 ocorrências. Além disso, 352 passageiros foram impedidos de entrar por estarem com vistos vencidos ou inadequados. Os efeitos dessa mudança impactou não apenas a vida de brasileiros que planejam morar ou estudar em Portugal, mas também de turistas que não cumprem todas as exigências da imigração. Em 2023, o total de estrangeiros barrados foi de apenas 373, dos quais 47% eram brasileiros. Além dos brasileiros, outros cidadãos também foram afetados pelo aumento da fiscalização em aeroportos e portos portugueses. Angolanos formam o segundo maior grupo impedido de entrar no país, com 274 casos, seguidos por britânicos (108), indianos (83), guineenses (72), timorenses (70) e senegaleses (68). A repressão migratória, no entanto, não se limitou às recusas nos aeroportos. Segundo o RASI, Portugal realizou 1.961 ações de inspeção e fiscalização ao longo de 2024, o que resultou na expulsão de 146 estrangeiros. Desses, 42 foram deportados por via administrativa e outros 100 por decisão judicial. Além disso, 444 pessoas receberam notificações para abandonar o país voluntariamente. A questão migratória se tornou mais complexa com a demora na emissão de vistos nos consulados portugueses no Brasil. Muitos brasileiros que planejam se mudar para Portugal para trabalhar ou estudar enfrentam longos períodos de espera, que podem chegar a oito meses. Apesar do endurecimento das regras, Portugal aprovou a autorização de residência para cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que chegam ao país como turistas. No entanto, a medida ainda não tem data para entrar em vigor. Diante do impacto econômico causado pela falta de mão de obra em diversos setores, o governo português anunciou uma medida emergencial para acelerar a concessão de vistos de trabalho. A nova “via rápida” promete reduzir o tempo de espera para até 20 dias e já entrou em vigor. A decisão visa aliviar a pressão das empresas, que enfrentam dificuldades para contratar trabalhadores estrangeiros devido às restrições migratórias impostas nos últimos meses. (Fonte Jornal Opção Noticias)
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