Multidão ocupou o palácio presidencial e o escritório do
primeiro-ministro; país enfrenta grave crise econômica e política.
Os manifestantes contrários ao governo do Sri Lanka anunciaram nesta quinta-feira (14) o fim da ocupação dos edifícios públicos, mas prometeram seguir pressionando para que o presidente - que deixou as Maldivas e fugiu para Singapura - renuncie diante da grave crise econômica e política.Uma multidão invadiu no fim de semana o palácio presidencial e os protestos obrigaram o chefe de Estado, Gotabaya Rajapaksa, a fugir do país na última quarta-feira, no momento em que os ativistas entravam no escritório do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe. A população de quase 22 milhões de habitantes da ilha enfrenta escassez de produtos essenciais pela falta de divisas para as importações. Os manifestantes atribuem a crise à péssima gestão de Rajapaksa. O presidente, sua esposa Ioma e dois guarda-costas foram escoltados até um avião minutos antes da decolagem de um avião do aeroporto internacional de Velana, em Malé, capital das Maldivas.De acordo com fontes das forças de segurança, o presidente permanecerá em Singapura por algum tempo, antes de seguir para os Emirados Árabes Unidos. Como chefe de Estado, ele goza de imunidade e não pode ser preso. Especula-se que ele fugiu para o exterior antes de renunciar para evitar uma detenção.Fontes das forças de segurança em Colombo afirmaram que a carta de renúncia já foi preparada e será divulgada após a autorização de Rajapaksa. "Saímos pacificamente do Palácio Presidencial, da secretaria da presidência e do gabinete do primeiro-ministro com efeito imediato, mas continuaremos com nossa luta", disse um porta-voz dos manifestantes.O premiê, que foi nomeado pelo presidente como chefe de Estado interino em sua ausência, pediu a saída dos manifestantes dos prédios públicos e determinou às forças de segurança a fazer o "necessário para restabelecer a ordem".Um líder religioso que apoiou os protestos fez um apelo para que o palácio presidencial de mais de 200 anos fosse devolvido às autoridades, para garantir a conservação das valiosas obras de arte."Este edifício é um tesouro nacional e deve ser protegido", disse. "Uma auditoria adequada deve acontecer a a propriedade deve ser devolvida ao Estado".Desde a fuga do presidente, o complexo foi aberto ao público e milhares de pessoas passaram pela residência oficial.O toque de recolher foi suspenso na madrugada desta quinta-feira. A polícia informou que um soldado e um agente foram feridos durante confrontos perto do Parlamento.O principal hospital de Colombo informou que 85 pessoas foram internadas com ferimentos na última quarta-feira e que um homem morreu sufocado após inalar gás lacrimogêneo no gabinete do primeiro-ministro. Vaias e insultos A imprensa das Maldivas informou que o presidente do Sri Lanka foi vaiado e insultado ao chegar ao aeroporto na quarta-feira.Um grupo organizou um protesto para exigir que o governo local não autorizasse sua presença na ilha.Antes de seguir para Singapura, ele passou a noite em um hotel de luxo das Maldivas, uma realidade que contrasta com a grande crise vivida por seus compatriotas: 80% dos da população precisa pular uma refeição ao dia devido à catastrófica situação econômica.O país declarou uma moratória da dívida de 51 bilhões de dólares em abril e está em negociações com o Fundo Monetário Internacional.A falta de divisas provocou uma escassez de combustível que deixa o país praticamente paralisado.Fontes diplomáticas afirmam que Rajapaksa deseja obter um visto dos Estados Unidos, mas que as tentativas não deram resultado até o momento porque ele renunciou à cidadania americana em 2019, antes de disputar a presidência. ( Fonte R 7 Noticias Internacional)
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