Bombril reavalia suas
finanças após 20 anos de operações consecutivas com dívidas contábeis.
A Bombril, fabricante de produtos de
limpeza conhecida por sua tradicional esponja de aço, entrou com pedido de
recuperação judicial nesta segunda-feira, 10. A solicitação foi apresentada à
1ª Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, da 1ª
Região Administrativa Judiciária de São Paulo. A decisão, que envolve também
outras sociedades do Grupo Bombril, ocorre em meio a um cenário de desafios
financeiros provocados por dívidas tributárias que somam cerca de R$ 2,3
bilhões. Em comunicado oficial ao mercado, a empresa afirmou que enfrenta
“contingências tributárias relevantes”, especialmente decorrentes de autuações
da Receita Federal. Essas autuações referem-se à suposta falta de recolhimento
de tributos incidentes sobre operações de aquisição de títulos de dívida
estrangeiros realizadas entre 1998 e 2001. Na época, a Bombril estava sob o
controle do grupo empresarial italiano Cragnotti & Partners. A diretoria da
Bombril destacou que, após uma recente decisão judicial desfavorável, foi necessário
reavaliar as chances de perda nos processos em andamento. “O risco de perder
esses processos representa uma ameaça aos bons resultados contábeis que vêm
sendo obtidos pela Bombril”, afirmou a empresa no documento. Esse risco,
segundo a companhia, expõe a Bombril a “riscos elevados”, como a reavaliação da
capacidade de adimplência por parte de fornecedores e financiadores, além da
possibilidade de descontinuidade de relações comerciais e vencimento antecipado
de dívidas. O pedido de recuperação judicial tem como objetivo principal
permitir que a empresa conduza negociações para adequar sua estrutura de
endividamento, garantindo a continuidade das operações e a proteção do caixa.
“Com a recuperação judicial, a companhia será capaz de manter sua capacidade
operacional e reestruturar adequadamente seu passivo, por meio de um processo
célere e com o menor impacto possível aos direitos dos credores e às atividades
operacionais”, declarou a Bombril. As dívidas da Bombril, que remontam às
operações financeiras realizadas há mais de duas décadas, se transformaram em
uma bomba-relógio contábil. A empresa informou que, durante anos, monitorou os
processos judiciais de perto, mas a recente decisão desfavorável exigiu uma
resposta imediata. A administração deliberou, então, pelo reconhecimento
contábil dos valores discutidos nos processos, o que acabou por pressionar
ainda mais a já delicada situação financeira da companhia. A Bombril, que por
décadas esteve presente em praticamente todos os lares brasileiros com sua
esponja de aço e outros produtos de limpeza, enfrenta agora o desafio de manter
sua operação diante desse cenário adverso. A empresa afirmou que a recuperação
judicial é uma medida estratégica para assegurar sua permanência financeira e
evitar um colapso que poderia comprometer milhares de empregos e o fornecimento
de produtos amplamente utilizados no mercado doméstico. Leia
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“necessidades nutricionais”(Fonte Jornal Opção Noticias GO)
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