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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Três em cada cinco espécies de aves do mundo estão em declínio — e Brasil é destaque negativo por perda de habitat.

Atualização da Lista Vermelha da IUCN revela agravamento da crise da biodiversidade; especialistas alertam que desmatamento e mudanças climáticas estão empurrando até espécies comuns rumo à extinção.

O planeta vive uma dupla emergência: a climática e a da biodiversidade. E o novo alerta vem do ar. Segundo a atualização da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, divulgada nesta sexta-feira, 10, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), 61% das espécies de aves do mundo estão em declínio populacional. É o maior percentual já registrado desde o início do monitoramento, há seis décadas. A nova avaliação — apresentada durante o Congresso Mundial de Conservação da IUCN, em Abu Dhabi — analisou mais de 172 mil espécies da fauna, flora e fungos. Quase 30% estão sob algum grau de ameaça, incluindo 48 mil espécies em risco de extinção. Entre as mais afetadas, estão as aves tropicais, cujas populações diminuem rapidamente em regiões como América Latina, África Ocidental e Sudeste Asiático. O avanço do desmatamento e a expansão agrícola continuam sendo as principais causas da perda de habitat. Mas os pesquisadores chamam atenção para o impacto crescente das mudanças climáticas, que alteram ecossistemas, padrões de migração e disponibilidade de alimento. O fato de que três em cada cinco espécies de aves apresentem declínio mostra o quão profunda se tornou a crise da biodiversidade e o quão urgente é agir”, afirmou Ian Burfield, coordenador científico da BirdLife International, organização parceira da IUCN. Brasil entre os mais afetados No Brasil, o cenário também preocupa. Das 1.816 espécies de aves registradas, 138 estão ameaçadas e duas — o mutum-do-nordeste e a ararinha-azul — são consideradas extintas na natureza. “A perda de habitat é o fator que mais assombra as aves brasileiras”, explica Alice Reisfeld, diretora de Conservação da SAVE Brasil. Segundo ela, a situação é crítica em biomas como a Mata Atlântica, onde espécies restritas a pequenas áreas estão desaparecendo. Um dos casos emblemáticos é o bicudinho-do-brejo-paulista, que vive em brejos do interior de São Paulo. “Essas áreas foram convertidas em lavouras e, mais recentemente, em loteamentos urbanos. O resultado é um colapso de populações inteiras”, afirma Reisfeld. Outras regiões seguem o mesmo padrão. No Pampa, o pássaro veste-amarela (Xanthopsar flavus) perde espaço para o avanço das pastagens. No Cerrado, a rolinha-do-planalto chegou a ser considerada extinta, restando hoje menos de 15 indivíduos conhecidos. Clima e biodiversidade: crises inseparáveis A lista da IUCN também destaca o impacto do aquecimento global sobre espécies do Ártico, como a foca-de-crista, que passou de vulnerável para em perigo devido ao degelo. Na IUCN nós não vemos biodiversidade e clima como coisas separadas — é uma única crise planetária. Precisamos colocar a ciência no centro das decisões, e levaremos essa mensagem à COP30 no Brasil”, afirmou Grethel Aguilar, diretora-geral da IUCN. Entre perdas e esperanças Nem todas as notícias são ruins. As tartarugas-verdes (Chelonia mydas), antes consideradas em perigo, agora estão classificadas como “menos preocupantes”, graças a décadas de conservação coordenada em todo o mundo. “Esse é um exemplo poderoso do que a cooperação global pode fazer pela natureza”, disse Roderic Mast, da IUCN. A nova Lista Vermelha deixa um recado claro: o planeta está perdendo biodiversidade num ritmo acelerado, e a proteção das espécies depende diretamente das mesmas florestas e ecossistemas que ajudam a estabilizar o clima. Como resume Alice Reisfeld, da SAVE Brasil: Não existem soluções climáticas sem biodiversidade. Uma coisa depende da outra — e o tempo está acabando."Jornal Opção Noticias GO.

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