Especialista em inteligência considera um grande retrocesso a volta do
grupo e destaca o perigo de fortalecimento da Al-Qaeda.
O governo de Israel acompanha com
atenção a retomada de poder do Talibã no Afeganistão. Ainda não há um comunicado oficial do
governo israelense a respeito do tema, mas, mesmo não tendo ligação direta com
a guerra local, o governo israelense, se mantém "braço a braço",
segundo um funcionário local, com os Estados Unidos na luta contra o terror. Para
uma das maiores especialistas em questões estratégicas de Israel, Sarit Zahavi,
a volta do grupo radical remete a um momento triste da humanidade, no qual o
grupo terrorista Al-Qaeda contou com o apoio do regime para realizar atentados
pelo mundo, entre eles os de 11 de Setembro de 2001. Praticamente 20 anos
depois, o mesmo grupo volta ao comando do país. "É muito preocupante e
incômoda a volta do Talibã, dá a sensação de que nada mudou em 20 anos. O grupo
voltou com sua ideologia radical, na qual não se pode argumentar. Tem um pouco
de diferença em relação à Al-Qaeda, mas, por outro lado, muitas semelhanças. Ambos
interpretam de uma maneira extremista a lei islâmica. Não há como pará-los ou
convencê-los do contrário", destaca Sarit, major do Exército israelense,
que serviu por 15 anos na área de inteligência. Sarit, que é CEO e
fundadora da entidade Alma Research and Education Center, ressalta ainda que o
mundo, de novo, se depara com a possibilidade de ressurgir um regime que
alimente células terroristas contra alvos do Ocidente. "Sabemos que
historicamente eles treinam terroristas, para realizar ataques pelo mundo, como
em 11 de setembro. É algo muito preocupante, é uma mensagem de fraqueza para
conter a instabilidade no Oriente Médio. Os Estados Unidos investiram muitos
esforços para conter o Talibã e agora eles voltam. Um retrocesso",
ressalta. Segundo ela, as Forças Armadas de Israel, que vêm se deparando com o
recrudescimento dos ataques do Hezbollah na fronteira norte, terão de redobrar
os esforços para cuidar das fronteiras israelesnes. Isto porque, a própria
instabilidade no Líbano, em meio a uma grave crise econômica, serve como
pretexto para que o grupo radical direcione a culpa dos problemas libaneses
para Israel. "Nos últimos dois anos, após um período de estabilidade de
cerca de 15 anos na fronteira, o Hezbollah e seu patrocinador, o Irã,
demonstrar estar buscando instigar uma nova escalada na região. Contra esse
tipo de ameaça, que se fortalece com regimes extremistas, o exército tem
buscado monitorar as fronteiras e intensificar o uso da tecnologia para
detectar qualquer ameaça contra Israel. Temos também de estar atentos, porque
um colapso no Líbano intensifica a ameaça do Hezbollah e dos extremistas contra
Israel", destacou.Neste cenário, o colapso econômico do Líbano poderia
transformar o país em uma espécie de Afeganistão, no sentido dele se tornar
mais vulnerável e passar a ser, na totalidade, comandado por grupos radicais.Ela
acredita, no entanto, que a situação ainda não chegue a tanto no Líbano por
também haver, dentro do país, forças contrárias ao Hezbollah.Arthur Lenk, um
importante diplomata veterano que atuou como embaixador de Israel no
Azerbaijão, África do Sul, Esuatini (antiga Suazilândia) e Lesoto, afirmou que
o avanço do Talibã foi um sinal, para Israel, de que o país só pode contar
consigo mesmo na sua própria proteção.Ele se referiu ao fato de os Estados
Unidos, nos últimos anos, terem retirado suas tropas do Afeganistão, após os
bombardeios e a invasão em 2001, feitos em retaliação ao 11 de setembro, que,
naquele momento, culminaram com o fim do regime do Talibã.“Os EUA são nosso
aliado mais próximo. Eles estiveram lá por Israel repetidamente ao longo dos
anos. Mas os horríveis eventos no Afeganistão devem ser uma lição dura e
assustadora sobre mudanças de interesses e cálculos frios e difíceis”, escreveu
Lenk, no Twitter.Israel e Gaza retomam vida
normal com início do cessar-fogo na região. A vida começa a
voltar ao normal no Oriente Médio depois do início do cessar-fogo, iniciado na
madrugada desta sexta-feira (21), entre Israel e o grupo extremista Hamas.
Nesta foto, uma garotinha entrega flores para uma motorista Ashkelon, em
Israel, perto da fronteira com Gaza ( Fonte R 7 Noticias
Internacional)